Madeira

Sara Cerdas pede mais acção no combate à resistência antimicrobiana

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Sara Cerdas considera que o Plano Europeu de Combate ao Cancro, apresentado em Fevereiro pela Comissão Europeia, deve apresentar uma estratégia ambiciosa para a resistência antimicrobiana, considerada “a próxima pandemia que a nossa sociedade irá enfrentar, e cujo fardo económico e social poderá superar a da Covid-19”.

A eurodeputada dirigiu várias perguntas à Comissão Europeia sobre como, no âmbito do Plano Europeu de Combate ao Cancro, irá mitigar o problema das infecções por microrganismos multirresistentes em doentes oncológicos, e garantir que a "vigilância epidemiológica e a investigação científica, que o programa actualmente contempla, terá em consideração os agentes antimicrobianos e como estes afectam os doentes oncológicos e a sua sobrevida”, considerando que “a investigação e a literacia para a saúde, desde que feitos esforços por todas as instituições e agentes, poderão ainda contribuir para controlar e reverter possíveis futuras pandemias”.

Sobre a interligação entre a resistência antimicrobiana e o cancro, a madeirense considera que “a utilização de antibióticos é um pilar central na gestão dos doentes oncológicos e a ineficácia destes fármacos poderá apresentar um problema grave que poderá ter um impacto muito alto nos sistemas de saúde e sociedade”.

Para uma estratégia de tratamento do cancro bem sucedida, afirma que é essencial “dispor de antibióticos eficazes”, pois estes doentes têm “maior risco de infecções por organismos multirresistentes” e a resistência aos antibióticos é “uma ameaça aos doentes, à sobrevida e obtenção de um bom resultado no seu tratamento”.

Sara Cerdas aponta ainda que a Comissão Europeu deverá reforçar a rede da UE ‘Uma Só Saúde’ (The EU AMR One-Health Network) contra a resistência aos agentes antimicrobianos, de forma a intensificar a troca de informação entre os Estados-Membros e melhorar o planeamento de ações concretas contra esta ameaça.

A resistência antimicrobiana (AMR) - a capacidade dos microrganismos de resistir aos tratamentos antimicrobianos, especialmente os antibióticos - tem impacto direto na saúde humana e animal e carrega um enorme fardo. Estima-se que a AMR seja responsável por cerca de 33.000 mortes por ano na União Europeia e que custe 1,5 mil milhões de euros por ano à UE em custos de saúde e perdas de produtividade.