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Procuradoria pede extradição de Svetlana Tikhanovskaya à Lituânia

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A Bielorrússia pediu à Lituânia a extradição da líder da oposição bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya, acusada no seu país de envolvimento no movimento de protesto após as eleições presidenciais de 2020, foi hoje anunciado.

"A Procuradoria-Geral da Bielorrússia pediu à Procuradoria-Geral da Lituânia que extradite Svetlana Tikhanovskaya para que esta possa ser processada por crimes contra a ordem e a segurança pública", anunciou hoje a entidade bielorrussa num comunicado.

A Bielorrússia disse estar a agir de acordo com um acordo bilateral de assistência jurídica de 1992.

O regime do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, reprimiu o movimento de protesto que surgiu depois da sua polémica reeleição em agosto do ano passado, que foi considerada fraudulenta pela oposição.

Adversária de Lukashenko na corrida presidencial, Tikhanovskaya, uma figura importante da oposição bielorrussa, foi forçada a exilar-se na Lituânia logo após as eleições, após ser ameaçada, segundo a opositora, pelos serviços de informação bielorrussos.

As autoridades bielorrussas acusam-na de ter organizado no ano passado "distúrbios de massa", uma referência às manifestações que se sucederam.

Svetlana Tikhanovskaya, que se encontra desde quinta-feira em visita a Portugal em busca de apoios para a causa da oposição bielorrussa, também está a ser processada desde o outono de 2020 por "apelos para ações que comprometem a segurança nacional", um crime punível com três a cinco anos de prisão.

Os investigadores divulgaram na terça-feira um vídeo que mostrava Tikhanovskaya a discutir planos para tomar edifícios do Governo na segunda maior cidade da Bielorrússia, Gomel, após a eleição presidencial de agosto.

A opositora sempre insistiu no caráter pacífico das manifestações e denunciou o uso da força e da repressão orquestrada pelas autoridades.

Confrontado com as manifestações que reuniram dezenas de milhares de pessoas, o regime bielorrusso gradualmente abafou o protesto com prisões em massa, marcadas pela violência policial, enquanto os principais opositores eram presos ou forçados ao exílio.

A repressão do movimento de protesto na Bielorrússia foi condenada pelos países ocidentais, tendo a União Europeia e os Estados Unidos sancionado familiares do Presidente bielorrusso, que, apoiado por Moscovo, permanece no cargo.