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Ambientalistas satisfeitos com posição de ministro Pedro Nuno Santos sobre ferrovia

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A Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente (CPADA) e a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) estão satisfeitas com a posição do ministro Pedro Nuno Santos sobre a ferrovia.

Em carta conjunta, dizem que "não podem deixar de manifestar a sua satisfação pelas diretrizes estratégicas divulgadas" hoje pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, "no seu discurso de abertura do Ano Europeu do Transporte Ferroviário".

Ao abrir a conferência, organizada no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, Pedro Nuno Santos criticou "a política europeia para as ferrovias nos últimos 30 anos (que) sempre foi de abertura e liberalização progressiva do mercado".

Depois de afirmar que o mercado "não irá, por si próprio, providenciar os serviços que a sociedade considera importantes ou até essenciais", Pedro Nuno Santos disse que a história mostra que "as autoridades públicas são essenciais para assegurar aos cidadãos a acessibilidade e mobilidade de que precisam", defendendo que os governos "não devem estar limitados em instrumentos para levar a cabo determinadas políticas".

No seu texto, as associações ambientalistas salientaram que "é conhecida a imperiosidade da substituição da rede de transportes por transportes mais sustentáveis como contributo fundamental para a redução das emissões para atingir a neutralidade carbónica até 2050", dos quais "o comboio é o transporte mais sustentável de todos".

Depois de constatarem que "já nada se pode fazer quanto à despromoção e desinvestimento a que a ferrovia esteve sujeita em Portugal nos últimos anos", avançaram que "muito pode ainda ser fixado para desenvolver a estratégia de longo prazo".

E particular, salientaram a necessidade de "um plano estratégico com uma lógica conectiva de curto, médio e longo prazo, suficientemente comprometido com os portugueses para não estar sujeito a flutuações decisórias que frequentemente anulam planos ulteriores em função das naturais transições governativas que vão ocorrendo, com as suas consequentes diferenças políticas".

Para a CDAPA e a FPCUB, "a ferrovia não pode ser uma disputa partidária, antes uma opção do futuro do país".

Neste sentido, consideram "necessário desde já lograr um consenso nacional e municipal, sendo inaceitável que alguns municípios tenham no transporte ferroviário um inimigo, dispensando a sua modernização, lutando ativamente pelo seu afastamento, alienando património".

Alvo de críticas neste documento é também "a gestão conjunta da rede de estradas e rede ferroviária", da qual se diz que se tem mostrado "ineficaz e ineficiente". Em termos concretos, "a manifesta subestimação da IP pela sua componente ferroviária tem sido óbvia em muitas linhas ferroviárias, sobretudo as de cariz regional, onde há obras paradas há longos anos (...). Outros exemplos de disfunção encontram-se nas manutenções das linhas, na sinalização minimalista, em opções diversas que têm diminuído a eficácia do serviço ferroviário, com severas consequências na popularidade neste meio de transporte".

Por junto, a CPADA e a FPCUB entendem que "o modelo precisa ser repensado e urge uma solução de base estruturada e articulada entre todas as partes interessadas para o desenvolvimento cabal da ferrovia em Portugal".