Estrada das Ginjas: início do fim da Laurissilva?

À medida que o tempo passa, e o projeto de asfaltar a Estrada das Ginjas se mantém, torna-se cada vez mais difícil para mim conter a indignação e revolta que sinto face ao crime que se pretende cometer contra o património mundial da nossa Ilha.

O que está em causa vai muito além da defesa da floresta, motivo que seria mais do que suficiente para que esta ideia peregrina fosse abandonada logo à nascença. Está em causa a imagem da Madeira e de quem dirige os destinos da Região junto das mais diversas instituições nacionais e internacionais, nomeadamente a UNESCO. Como é possível o Governo Regional desconsiderar os pareceres negativos da UNESCO e de diversas associações ambientalistas que arrasam totalmente esta ideia de intervenção numa zona tão sensível da ilha?

A política do cimento, que tantas décadas tem alimentado algumas pessoas e algumas empresas desta Região, não pode sobrepor-se à defesa do nosso património natural. “Um projeto inútil e lesivo para o ambiente, que não serve nem as populações, nem os interesses da região”. Numa frase, apresentada por associações ambientalistas, se resume a falta de visão estratégica e de respeito pela Região e pelas pessoas.

A prepotência e o amadorismo que a Quinta Vigia nos presenteia em tantos temas que nos tocam diariamente só podem ser combatidos de uma forma: com factos, evidências e transparência.

João Martins