“De certeza absoluta que haverá muitos equipamentos danificados”
Director dos Serviços de Transporte de Energia da EEM admite muitos prejuízos em equipamentos causados pela forte trovoada
Os dois longos apagões ocorridos ontem perto das 21 horas e hoje antes das 7 da manhã resultaram da “incidência de descargas atmosféricas na ilha bastante invulgar”, ao lembrar que nas últimas 24 horas foram cerca da “20 mil descargas na área da ilha da Madeira” e “muitas delas atingiram território da ilha”, explicou José Cotrim, director dos Serviços de Transporte de Energia da EEM.
As duas situações que levaram ao corte geral na energia eléctrica na ilha da Madeira ficaram a dever-se a duas descargas “de grande potência” que caíram, ontem à noite entre a Vitória e a Calheta, e ao final da última madrugada, entre a Vitória e o Palheiro Ferreiro.
A intensidade destes relâmpagos foi “tão grande” que fez desligar os sistemas de protecção da EEM, sistema automático “que se desliga para se proteger” e assim “evitar mais danos”. As mais de duas horas para retomar a normalidade é o “tempo natural para arrancar o sistema”, explicou José Cotrim.
Duas descargas que atingiram a rede de transporte afectando o núcleo de produção e provocando “alguns danos em alguns equipamentos da EEM espalhados pela ilha”.
O director dos Serviços de Transporte de Energia admite que a forte trovoada tenha também causado muitos prejuízos junto dos clientes. Perante a dimensão dos eventos, considera diz ser “normal” que haja pessoas que tenham equipamentos danificados. Não apenas particulares, mas também privados, apontando o exemplo das empresas de telecomunicações.
“De certeza absoluta que haverá muitos equipamentos danificados, indirectamente, não pela nossa responsabilidade mas pelas descargas que caíram”, afirmou.
Esclareceu de resto que fenómenos semelhantes são “situações muito difíceis de ultrapassar. Em condições adversas como a que tivemos, em que se junta uma série de factores, dizer que vamos arranjar uma solução miraculosa, não é verdade”, disse. O que não invalida que haja sempre oportunidades de melhoria dos sistemas, vincando que neste particular a EEM é uma empresa dinâmica.