Madeira

"Apoios da CMF chegam tarde e apenas dão razão ao PSD"

A declaração é da vereadora social-democrata Joana Silva

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Os vereadores do PSD eleitos à Câmara Municipal do Funchal criticaram, esta tarde e no fim da reunião camarária, a demora de um ano na atribuição dos apoios aos comerciantes. A Câmara Municipal, tal como o DIÁRIO já havia avançado, aprovou um apoio extraordinário de 1,3 milhões de euros destinados ao pagamento de rendes de comerciantes.

“Não é por aprovar estes apoios que a CMF fará esquecer a postura incompetente, irresponsável e alheada que assumiu, exatamente durante um ano, perante o sofrimento e as graves dificuldades que os empresários da nossa cidade enfrentaram, muitos dos quais fechando os seus negócios e sendo obrigados a despedir trabalhadores”, afirma Joana Silva, que sublinha o facto do executivo ter dado, “ainda que tarde”, razão ao PSD.

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Os vereadores consideram que, se estes apoios "tivessem surgido mais cedo e havendo todas as condições para tal, conforme por diversas vezes alertamos, poderiam ter evitado o encerramento de muitas empresas e o despedimento de muitos trabalhadores na cidade”. Uma aprovação que, diz a vereadora Joana Silva, “vem dar razão ao PSD nos seus alertas e nas suas propostas para que o executivo optasse pela isenção e não pelas moratórias e que, embora sendo bem-vinda, não deixa de ser demasiado tardia, sobretudo atendendo à grave situação económica que o Funchal enfrenta”.

“Exactamente um ano depois da grave crise que se instalou no concelho e do desespero a que esta autarquia sempre fechou os olhos – por falta de competência, capacidade de planeamento e sensibilidade para com aqueles que mais sofreram, diretamente, as consequências da pandemia – temos um executivo que hoje aprova apoios desde a primeira hora defendidos pelo PSD, fazendo deles bandeira, o que só se entende, passado este ano, à luz do calendário eleitoral que se avizinha” critica a social-democrata.

A vereadora prossegue dizendo que este é o mesmo executivo “que durante todo este ano não se coibiu de proceder a despesas supérfluas relacionadas com a sua propaganda política e que inclusive se dá ao luxo de contratar serviços, no âmbito da candidatura do Funchal a Capital Europeia da Cultura, por um valor três vezes superior àquele que pagaria ao artista desconvidado Rigo 23, que, pelos vistos, nunca teve tempo ou sequer se preocupou em aprovar apoios diretos aos empresários em desespero e aflição a não ser agora, a meses das Eleições”.

Joana Silva que, lembrando as muitas empresas que foram obrigadas a fechar portas ou a despedir trabalhadores, responsabiliza o Executivo Municipal pelo estado a que a cidade chegou e lembra que o PSD sempre defendeu que as moratórias implementadas pela autarquia não eram solução, apenas servindo para adiar o problema.

“A vereação do PSD tentou, por diversas vezes, fazer aprovar apoios directos ao tecido empresarial funchalense que foram sistematicamente chumbados por esta autarquia – a par dos apoios que fez aprovar, em sede de Assembleia Municipal, que continuam por implementar – e é inaceitável que tenha sido preciso um ano para que, afinal, nos dessem razão, sendo de lamentar que muito do que podia ter sido feito, no momento certo e a favor dos Munícipes, tenha ficado por cumprir”, disse.

“Não faz sentido que se deixe agonizar uma cidade inteira, que se feche os olhos às dificuldades dos empresários e ao desemprego que devia ser uma prioridade combater para, agora e depois de um ano, avançar com medidas de reanimação que podem já não ir a tempo de salvar o nosso Funchal”, remata Joana Silva, deixando claro que este “é apenas e tão só mais um exemplo de que, para este Executivo, o que conta é o calendário eleitoral e, não, o interesse dos funchalenses”.