JS Madeira está empenhada em "construir uma alternativa à governação”
O Dia Nacional do Estudante foi assinalado pela JS Madeira com um debate
intitulado 'O Ensino (à Distância?)', que serviu para os jovens socialistas mostrarem que estão empenhados na construção de "uma alternativa à governação".
Olavo Câmara lembrou a importância da campanha 'Sim aos manuais escolares gratuitos na Madeira', considerando ser “vergonhoso os jovens madeirenses serem os únicos do país a terem de pagar pelos manuais escolares, quando nos Açores, região autónoma como a nossa, com a educação regionalizada como a nossa, os manuais já são gratuitos há mais de 9 anos e no continente há mais de 2 anos”. Para o líder da JS, trata-se de uma “teimosia ideológica de Miguel Albuquerque que prejudica os jovens madeirenses”.
O também deputado à Assembleia da República apontou que “não basta criticar" e que é também preciso apresentar caminhos alternativos a seguir, construir uma alternativa à governação, tendo sido isso que a JS Madeira fez ao dar espaço ao debate, o que demonstra a forma de agir dos jovens socialistas na Madeira. "Somos uma juventude de debate, de ideias e de soluções e não de protesto ou de critica”, pelo que “é essencial decidir o caminho que queremos para o futuro da educação, para a resolução dos problemas do futuro e foi precisamente isso que fizemos”, vincou.
O debate, moderado por Pedro Calaça Vieira, secretário-geral da JS Madeira, juntou o deputado à Assembleia da República e ex-presidente da Associação Académica de Coimbra, Eduardo Barroco de Melo, e o deputado regional Rui Caetano para análise da resposta dos Governos da República e Regional no que se refere ao ensino à distância.
O deputado à Assembleia da República, respondendo a uma pergunta sobre o que poderia o Governo da República ter feito de melhor no que concerne ao ensino à distância, foi perentório em afirmar que “não poderia ter ido mais além”.
Por seu turno, Rui Caetano é da opinião que o Governo Regional esteve mal na resolução do problema das novas tecnologias a que os alunos deveriam ter acesso, dando o exemplo dos “1.600 computadores prometidos que chegaram um ano depois”. O parlamentar madeirense deixou um elogio às câmaras socialistas, que foram uma referência nos apoios tecnológicos dados aos alunos.
“Aquilo que as câmaras fizeram foi aquilo que o Governo Regional não fez. Quem deveria fazer era o Governo Regional”, frisou.
Foram três os jovens estudantes oradores no debate da JS Madeira, nomeadamente Francisco Maria Pereira, presidente da Federação Académica de Lisboa, Duarte Brazão, estudante universitário e coordenador regional dos estudantes socialistas, e João Olim, estudante do ensino secundário e coordenador regional dos estudantes socialistas do ensino básico e secundário.
Francisco Maria Pereira, que também é madeirense, pediu mais acção social, mais alojamento, menos propinas e mais atenção à saúde mental dos alunos. “Basta termos um rendimento um pouco acima do limiar de elegibilidade e não só perdemos a bolsa, como perdemos o complemento ao alojamento e a oportunidade de nos candidatarmos aos apoios de emergência”, disse.
Já Duarte Brazão, que estuda em Lisboa, apontou que o “ensino à distância só veio agravar as desigualdades e mostrar de facto que não partimos todos do mesmo patamar” e exemplificou o papel da Câmara Municipal do Funchal no apoio aos estudantes, em particular do ensino superior, onde, pela primeira vez na sua história, foram atribuídas bolsas de estudo aos estudantes do Funchal.
Por fim, João Olim, estudante do 12º ano e coordenador dos jovens socialistas no básico e secundário, lembrou as dificuldades do ensino à distância, especialmente para aqueles que tinham mais do que um elemento em casa nas escolas.
Respondendo a uma pergunta de quem assistia ao debate, João Olim “elogiou a Câmara Municipal do Porto Moniz pela entrega dos portáteis a todos os alunos da escola do concelho, demonstrando o que o Governo Regional devia ter feito. “Esta ideia já devia ter sido posta em prática pelo Governo Regional para todos os alunos da Região”, afirmou, deixando mesmo críticas ao Executivo madeirense por fazer promessas com pompa e circunstância e depois não efetivar as medidas anunciadas.