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Governo francês alerta para situação "extremamente preocupante"

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Foto EPA

O primeiro-ministro de França, Jean Castex, descreveu hoje a situação epidemiológica atual no país como "extremamente preocupante", lançando um apelo à população francesa para o cumprimento das medidas necessárias para travar a propagação do novo coronavírus.

"Mais do que nunca, todos temos de respeitar as medidas para travar" os contágios, disse Jean Castex, numa breve declaração à comunicação social no final de uma visita ao hospital de Melun, cidade a cerca de 30 quilómetros a leste de Paris, numa altura em que vários hospitais franceses, em particular as unidades de cuidados intensivos (UCI), estão fortemente pressionadas e com pacientes cada vez mais jovens.

Segundo o primeiro-ministro francês, "a situação é extremamente preocupante, com uma terceira vaga que está a atingir com força" e que está a encher as UCI com doentes "cada vez mais jovens".

Na opinião de Jean Castex, tal situação vem confirmar que a denominada variante inglesa do SARS-Cov-2 (detetada pela primeira vez em setembro de 2020 no sudeste de Inglaterra), que já é maioritária em França, afeta toda a população e "é, sem dúvida, mais grave".

As unidades hospitalares da região de Paris e arredores (Île de France) estão a viver momentos de forte pressão, ao contabilizarem neste momento mais de 1.400 doentes covid em serviços de UCI.

Em termos nacionais, e segundo os últimos dados, estão internados nos hospitais franceses 26.876 doentes covid, dos quais 4.651 estão nos cuidados intensivos, mais 300 pessoas do que na véspera.

De acordo com os dados atualizados na quarta-feira, a taxa de incidência num período acumulado de sete dias nesta região específica foi de 560 casos por cada 100 mil habitantes, enquanto a nível nacional é de 312 casos por cada 100 mil habitantes.

O ministro da Saúde francês, Olivier Véran, irá apresentar ainda hoje algumas alterações ao plano de medidas restritivas que está em vigor no país desde o passado dia 20, altura em que foi decretado um novo confinamento em 16 departamentos, incluindo todos os da região de Paris, onde vive um pouco mais de 30% da população francesa.

Vários setores de atividade, como bares, restaurantes, cinemas, teatros, salas de espetáculos ou ginásios, estão fechados desde o final de outubro em todo o país.

Entretanto, a ministra da Cultura francesa, Roselyne Bachelot, diagnosticada com covid-19 e atualmente hospitalizada, informou hoje, através das redes sociais, que está sob tratamento de "oxigenoterapia reforçada".

Roselyne Bachelot, de 74 anos, é o segundo membro do governo francês infetado com o novo coronavírus a ser hospitalizado, depois da ministra do Trabalho, Elisabeth Borne, de 59 anos, ter tido alta hospitalar na quarta-feira.

Em França, a doença covid-19 já provocou um total de 93.183 mortes.

A pandemia da doença covid-19 provocou pelo menos 2.745.337 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado em dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.