Paulo Neves acusa República de continuar a discriminar Madeira
“Nem a pandemia alterou a forma discriminatória como a República olha para a Madeira”, lamenta o deputado do PSD-M na Assembleia da República
Deputado lembrou, ontem, ao ministro das Infraestruturas, os vários dossiers que se mantêm pendentes relativamente à Região e fez questão de lamentar a falta de palavra e de compromisso que António Costa reitera, diariamente, para com os madeirenses
“Sendo certo que a pandemia veio alterar prioridades e colocar, como não podia deixar de ser, a defesa da saúde pública em primeiro lugar, é também verdade que a recuperação social e económica que ora se impõe obriga à tomada de decisões e determina que matérias há muito pendentes no Governo da República sejam resolvidas de uma vez por todas, concretamente na área da mobilidade”. As palavras são do deputado Paulo Neves, citado em comunicado pelo PSD-Madeira, vincando ainda que o reforço da competitividade das infra-estruturas portuárias e aeroportuárias, a redução dos preços das viagens aos passageiros residentes e a própria retoma do turismo regional estão dependentes “de decisões que se arrastam e adiam há anos, sem qualquer justificação plausível”.
Entre outros exemplos, e perante o ministro Pedro Nuno Santos, o deputado eleito pelo PSD-M à Assembleia da República lembrou o novo modelo de subsídio social de mobilidade “que tanto beneficiaria as famílias madeirenses e que continua por implementar apenas e tão só por falta de regulamentação, dado que já está aprovado no parlamento”, considerando mesmo que a forma como este dossiê tem sido gerido representa “uma falta de respeito inaceitável do Governo socialista em relação à Madeira mas, também, ao próprio parlamento nacional, que aprova o que, pelos vistos, não cumpre”.
O concurso público, da responsabilidade do Governo da República, para as ligações aéreas entre o Porto Santo e a Madeira foi também lembrado nesta ocasião – cujo lançamento já devia ter ocorrido para evitar atrasos e penalizações à população – com Paulo Neves a exigir, também, que, de uma vez por todas, o Estado assegure ligações semanais entre o Porto Santo e Lisboa, via TAP, “uma empresa maioritariamente pública na qual todos os contribuintes portugueses injetam milhões de euros sem, pelos vistos, terem direito a quaisquer contrapartidas”.
Paulo Neves que, na sua intervenção, reforçou as suas críticas quanto à falta de palavra, de empenho e de compromisso por parte do Governo da República para com a Região, evidente em todos estes exemplos mas, também, na promessa por cumprir do ferry todo o ano e na compra adiada dos radares para o Aeroporto Internacional da Madeira, a par do projecto de ampliação do Porto do Funchal que, de forma incompreensível, não é considerado um projecto de importância e impacto nacional.
“A verdade é que nem a pandemia, com todas as dificuldades que veio causar, foi capaz de alterar a forma discriminatória como a República olha para a Madeira”. Paulo Neves, deputado do PSD-M na Assembleia da República