A Política sem vergonha
Nunca uma acção revolucionária que ainda requer muito estudo sério, provocou ao longo destes últimos anos, tantos e tantos oportunistas, ricaços, corruptos, e engajados ao poder local e aos contratos com empreiteiros do peito, como o saído do 25 de a Abril de 1974. De encosto em encosto, hipotecados uns aos outros que foram sendo eleitos em listas partidárias como manto que os cobre para assumir funções nas autarquias, apareceram de um momento para o outro tanto milionário que não tinha à véspera de entrar no “aparelho partidário e camarário” tanta fortuna” amealhada com nota preta que compra ouro e divertimento promíscuo. Na minha terra, e digo isto sem ciúme nem ambição, surgiram alguns pés descalços sem eira nem beira, que hoje, após habitarem casebres quando cá chegaram oriundos do fim do mundo, vivem hoje em palacetes após vivendas bem vistosas e apelativas à custa de “amizades e favores estranhos, mas que a população em geral sabe mas cala. Sujeitos, sem qualquer habilitação académica de gabarito, excepto a tirada na academia da favela do outro lado do mar, outros já académicos que assumiram funções oferecidas pelo conluio em instituições de Deficientes, ainda anteriores autarcas que passaram o lugar após cumprirem o seu mandato a colegas do partido e dos interesses que lhes garantiam a continuidade do saque das finanças municipais e que aparecem na data certa para a recolha da “bula contratada”, por lá se posicionaram e ninguém lhes toca e nem espreitar as contas públicas nos é permitido. Eles fazem lobby e fecham-se saindo apenas para fora em autocarros camarários, levando com eles umas convidadas “funcionárias” que devem manter segredo das mensagens por e-mail que recebem por terras de Espanha, enquanto rola no asfalto até ao destino o autocarro do amor. Sabe a cidade e o povo amordaçado, pois a filha e o filho tem por lá emprego, sabe a mulher do presidente deste e do anterior, que o assédio é possível e acontece. Há maridos que se queixam com a boca selada deste assédio, mas em casa é preciso pão e ele tem que sair de uma fornalha mesmo a arder e que o coração com o tempo há de arrefecer. Algumas engolem em seco enquanto o “empreguinho” estiver a garantir o carrinho com gasolina, e as inspecções estiverem em dia, com vestuário também vistoso e compatível com o lugar a desempenhar. Parece que Rui Rio é conhecedor destas manobras e manigâncias e quer por termo a elas, pondo a andar tais garotos que de gravata ao pescoço ocupam tais lugares e desenvolvem tais práticas, para a rua ou de volta ao lugar para que eles têm competências e escassas qualidades. É claro que se impuser tais exigências, já não vai a tempo de lhes retirar o património milionário que tais autarcas acumularam com as obras a baixo custo ou oferecidas, festas e feiras que eles comandaram com os olhos postos no cofre e no fogo de artifício, ou onde marcaram presença para daí tirarem a sua choruda parte, que sacaram aos trabalhadores que trabalham no campo a criar cebola e gado para exposição em feira engrandecida no parque para o efeito e no bolso a precisar de ser reforçado, e aos trabalhadores que carregam apenas lixo salarial em cima de chinelos meios desfeitos. É pena que Rui Rio talvez não vença esta sua “guerra” que lançou, pois levantar-se-ao já a correr quem lhe queira travar o passo e fazê-lo tropeçar em tal caminhada. As “cachopas de perna boa”, manter-se-ao caladas, os maridos e os pais imitam-nos(pudera!) e tudo irá continuar na paz podre e dos interesses vários, que nos Paços do Concelho fazem ruído que se ouve daqui da minha rua, que bem pode chamar-se, Portugal. Não sei se exagerei ou entrei em algo menos explícito. Mas que se percebe, lá isso percebe-se e Rui Rio agora percebeu o que já tinha entendido, melhor que ninguém. E até Marcelo quer entrar a Fiscal nesse jogo. O apito já o fez soar!
Joaquim A. Moura