O esquecido decreto-lei 353/73
Tenho reparado que desde o falecimento de Marcelino da Mata (MM), Vasco Lourenço (VL) desdobra-se em justificações via crónica, entrevistas ou respostas a artigos da imprensa tendo sempre o cuidado de mencionar que desde a sua morte, nunca mais falou dele. Se com o nosso herói MM tem sido assim, com Salazar só falou dele depois do seu desaparecimento pois em vida até abraçou o serviço militar, o ultramar já existia e a guerrilha estava à porta. Todos nós sabemos que o sentimento que sentia por MM era de inveja por motivos sobejamente conhecidos. Enquanto MM era um militar de acção, VL era mais dado ao ar condicionado dos gabinetes. Acusar MM de ser autor de vários crimes de guerra, sabendo que na guerrilha não há convenções nem regras, é infame. MM foi um militar que sendo tanto português como eu, cumpria as missões que lhe eram confiadas pelos seus superiores. Quando nos tenta fazer crer que sente uma enorme honra em ter contribuído para ter posto termo àquela guerra, lembro-lhe que motivo foi antes o decreto-lei 353/73 que fixava as condições para a passagem dos oficiais do Quadro Especial para os Quadros Permanentes. Só que essa verdade, é sempre escondida. E termina uma resposta ao director dizendo que “no que se refere aos ex-combatentes, certamente as principais vítimas da guerra injusta para onde os lançaram, exige-se a Portugal e aos portugueses que os respeitem, mas não façam de forma apologética”. Então, que tal devolver as suas condecorações com que foi agraciado?
Jorge Morais