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Forças de segurança vigiam uso de máscara na Venezuela

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Foto EPA

Pelo menos cinco regiões da Venezuela viram hoje reforçada a presença das forças de segurança nas ruas, atentas a quem não usa máscara, no primeiro dia de duas semanas de radicalização das medidas para controlar a propagação da covid-19.

Segundo o vice-ministro de Prevenção e Segurança Cidadã, Endes Palencia, "mais de 94 mil funcionários" estão nas ruas de Caracas, La Guaira, Miranda, Mérida e Bolívar, "para supervisionar o cumprimento das medidas de segurança sanitária".

Em declarações aos jornalistas explicou que os comércios de alimentos devem realizar "jornadas de desinfeção das áreas (do comércio) e exigir o cumprimento das medidas de prevenção" quer aos empregados quer aos clientes.

A presença das forças de segurança foi notória em Caracas, e ocorre quando os números oficiais de infetados pelo novo coronavirus registam uma subida constante, atribuída à segunda onda da covid-19 no país, à presença das variantes detetadas no Brasil(P1 e P2) e ao relaxamento das medidas de segurança por parte da população.

Caracas registou hoje, como a Lusa pode contactar, pouca presença de veículos particulares e de autocarros nas ruas, muitos comércios fechados e pouca afluência de pessoas em lugares tradicionalmente muito concorridos como o Boulevard de Sabana Grande (leste).

Algumas pessoas queixaram-se que os bancos estavam encerrados e que os caixeiros automáticos (Multibanco) não tinham dinheiro disponível. Também que a polícia lhes pediu a identificação, um salvo-conduto e explicações sobre o motivo pelo qual não estavam em casa.

Em Anzoátegui (330 quilómetros a leste de Caracas), as autoridades encerraram preventivamente o Mercado Municipal de Sotillo, que deverá abrir a partir de quarta-feira com reforçadas medidas de segurança.

O ministro venezuelano dos Transportes, Hipólito Abreu, anunciou que o transporte de passageiros estará suspenso até 4 de abril, e que apenas é permitida a mobilização dos profissionais dos setores de alimentos, saúde, telecomunicações, segurança, hidrologia, limpeza e eletricidade.

A imprensa local dá conta de que em Caracas há poucos espaços disponíveis para cobrir a crescente demanda de novos infetados e que há mesmo instituições como o Centro Médico de La Trinidad a recusar a hospitalização de novos pacientes, por falta de capacidade.

Segundo a Associação de Clínicas e Hospitais (ACCH), as áreas de hospitalização e isolamento e de terapia intensiva de 11 clínicas privadas da cidade de Caracas estão a registar entre "95% e 100%" de ocupação de pacientes diagnosticados com a covid-19.

Na Venezuela, estão oficialmente confirmados 151.123 casos da covid-19, desde o início da deteção da doença no pais, em março de 2020.

Há 1.493 mortes associadas ao novo coronavírus e 140.758 pessoas recuperaram da doença.

O país está em estado de alerta desde 12 de fevereiro de 2020, e, segundo a imprensa local, foram detetados casos das variantes inicialmente registadas no Brasil em Caracas, Miranda, La Guaira, Bolívar, Monagas, Anzoátegui, Guárico, Zulia y Mérida.

A Venezuela recebeu, em 02 de março, meio milhão de doses de vacinas da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm contra a covid-19 e em 13 de fevereiro, recebeu as primeiras 100 mil doses da vacina russa.

Segundo a Academia Nacional de Medicina da Venezuela, o país necessita de 30 milhões de vacinas para imunizar 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões prioritários.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.716.035 mortos no mundo, resultantes de mais de 123 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.