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Todas as opções estão em cima da mesa sobre o Afeganistão

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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, informou hoje que "todas as opções" sobre a retirada de tropas da Aliança do Afeganistão estão "em cima da mesa", adiantando que os Estados-membros irão tomar uma decisão "conjunta".

"Todas as opções estão em cima da mesa e nenhuma decisão final foi tomada", afirmou Stoltenberg durante uma conferência de imprensa de antevisão da reunião de ministros de Negócios Estrangeiros da NATO, que se reúnem presencialmente em Bruxelas na terça e na quarta-feira.

A pouco mais de um mês do dia 01 de maio -- data acordada pela antiga administração norte-americana de Donald Trump e os talibãs para a retirada das forças estrangeiras do Afeganistão -- Stoltenberg informou que a Aliança irá "avaliar, consultar e tomar decisões" junta, em "estreita consultação".

"Não há nenhuma escolha fácil. (...) A situação de segurança é difícil e iremos tomar todas as medidas necessárias para manter as nossas tropas seguras. Apoiamos veementemente os esforços para revitalizar o processo de paz, o que requer que todas as partes trabalhem para chegar a progressos, para reduzir os altos níveis de violência e para negociar em boa-fé", destacou.

Sublinhando assim que o "principal foco" da Aliança atualmente é o de "fornecer apoio" para as negociações de paz, Stoltenberg apelou também a que os talibãs "parem de fornecer apoio à Al Qaeda ou grupos terroristas internacionais", reiterando que "é preciso haver uma redução no nível de violência".

"As conversas de paz são a única maneira de encontrar uma solução sustentável, política e duradoura para o conflito no Afeganistão", frisou.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) relembrou ainda que, nos últimos anos, a "presença da NATO no Afeganistão mudou significativamente", passando de "mais de 100 mil soldados em grandes operações de combate" para "cerca de 10 mil soldados atualmente em operações de treino, assistência e aconselhamento".

"Isto demonstra a relevância das forças de segurança do Afeganistão e das capacidades que desenvolveram nos últimos anos com o apoio da NATO", sublinhou.

Frisando assim que a NATO irá continuar "comprometida" com o Afeganistão, nomeadamente através de "suporte financeiro" caso não mantenha uma presença militar, Stoltenberg destacou a "importância extrema" de os Aliados se "consultarem estreitamente" sobre a matéria.

"Iremos tomar decisões juntos, baseadas na situação no Afeganistão e, claro, no progresso das negociações de paz, e esse é o principal foco agora: assegurarmo-nos de que temos um progresso real nas negociações de paz", destacou.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança reúnem-se para discutir na terça e quarta-feira a presença da NATO no Afeganistão, entre outros temas.

O debate surge após, na última reunião dos ministros de Defesa da Aliança, em fevereiro, os responsáveis não terem chegado a uma decisão final sobre a retirada de tropas do Afeganistão, por afirmarem enfrentar "muitos dilemas".

Os talibãs e os Estados Unidos chegaram a acordo em 29 de fevereiro de 2020 para a retirada de todas as tropas norte-americanas do país até 01 de maio deste ano, em troca de garantias, da parte dos talibãs, de que não permitiriam a utilização das suas bases para a organização de ataques terroristas internacionais.

Face ao aumento recente de violência no país, tinham surgido apelos em Washington para que a retirada das tropas aliadas do Afeganistão fosse adiada.

A NATO tem atualmente cerca de 9.500 soldados no Afeganistão a prestarem apoio técnico e logístico às forças de segurança afegãs, no quadro da missão 'Resolute Support', em que Portugal participa com 174 militares.