CDU critica "transportes públicos que não prestam serviço público"
Iniciativa visou denunciar carreiras que são feitas com os autocarros com o dobro da lotação permitida
A Coligação Democrática Unitária (CDU) na Madeira promoveu hoje uma iniciativa para abordar o "problema provocado pelas companhias de transporte público de passageiros que, ao contrário das suas obrigações, não prestam um serviço público às populações", apontam em comunicado.
Exemplificam com Câmara de Lobos, concelho onde a CDU "apontou a forma como está a funcionar a carreira diária da Companhia Rodoeste que, tal como outras companhias, mais ainda em 'tempos de pandemia'", frisou Edgar Silva, "não cria as condições básicas para um adequado serviço público em respeito pelas normas sanitárias em vigor".
O porta-voz da iniciativa, que também é coordenador regional da CDU, afirmou que "em particular, ao fim de semana, as pessoas que regressam a casa, com o confinamento obrigatório, entre as 17h00 e as 18h00, não são transportadas nas condições minimamente dignas, nem conformes com as normas de prevenção sanitária. Acontece que, quando os governantes exigem cuidados na prevenção do Covid-19, o autocarro, que deveria ter como lotação máxima cerca de 40 passageiros, acaba por transportar mais do dobro da lotação permitida", denuncia.
Os, para a CDU, "esta situação de 'sardinha em lata' no transporte regular de passageiros repete-se porque a companhia em causa não está preocupada em prestar um serviço público e porque os governantes não cumprem com as suas obrigações fiscalizadoras das condições em que funcionam estas carreiras de transporte de passageiros. Os governantes pouco se importam com a exigência do cumprimento de um serviço público de transporte de passageiros com padrões de qualidade e segurança", acusou Edgar Silva.
Em seu entender, quem perde são as populações, "que não têm outra alternativa de autocarro" e, por isso, "manifestam indignação pela forma como é transportada tanta gente sem que existam cuidados na salvaguarda da saúde pública, nem condições para a correcta prevenção da pandemia". Por isso, disse Edgar Silva, "os governantes são coniventes com estas situações. E para muita gente que trabalha no Funchal e vive em Câmara de Lobos, Estreito, Garachico ou Jardim da Serra, esta situação de 'sardinha e lata' nos autocarros da Rodoeste revela o desprezo com que os governantes tratam os trabalhadores desta Região Autónoma. Em 'tempos de Covid-19' tudo isto denota uma contradição entre o discurso dos governantes, que se dizem empenhados em travar a pandemia, e a realidade concreta de desrespeito por regras sanitárias básicas", insiste na acusação.
Por isso, perante estas situações "a CDU intervirá com o objectivo de exigir da parte do Governo Regional da Madeira maior rigor na concretização das condições em que o serviço público de transporte de passageiros é desenvolvido", conclui, com esta promessa, o comunicado.