Assistentes de acção médica do hospital Dr. Nélio Mendonça
No período da manhã do dia de hoje, acompanhei a minha filha até ao Hospital Dr. Nélio Mendonça para esta realizar uma ecografia renal. O serviço foi prestado no sector de "RX - IMAGIOLIGIA, TERAPIA DA DOR, ESTOMATOLOGIA, HEMODINÂMICA".
Enquanto aguardava pelo seu atendimento, mesmo à frente da sala de entrada, assisti no corredor à seguinte situação:
uma senhora idosa estava numa maca, sozinha, já há algum tempo; entrara provavelmente para um RX, depois continuou no corredor, sozinha; enquanto aguardava com a minha filha, a senhora retirou o cateter dos braços, ficando a sangrar, e tentou levantar-se, já se encontrando apoiada pelo seu braço direito.
Perante esta situação, eu pedi à senhora que se deitasse e dirigi-me ao corredor perpendicular para encontrar alguém que a socorresse. Encontrei uma auxiliar da ação médica, sentada, junto a uma secretária, de casaca azul, que me respondeu que nada podia fazer porque não era da sua competência e que deveria procurar alguém no corredor onde me encontrava. Assim, no corredor do RX, procurei ajuda para que nada de grave acontecesse àquela idosa. Encontrei duas assistentes de bata verde, uma entre os 40-50 anos e outra, junto de si, entre os 20-30 anos. Ambas responderam-me que não era da sua competência tratar daquela situação! Nenhuma delas saiu do seu lugar para, no seu espaço profissional, procurar alguém que pudesse resolver tal situação! Pior...
Apelando à sensibilidade, declarei às senhoras que qualquer uma pessoa, incluindo elas, poderia um dia mais tarde estar naquela situação e certamente se sentiriam desamparadas. Inadequada e imaturamente, A MAIS NOVA respondeu-me que eu poderia ir primeiro do que ela para aquela maca (resposta profissional, está visto!).
Entretanto, entrava eu com a minha filha no RX...
Ao sair, voltei a abordar as senhoras que continuavam no corredor para lhes dizer que tinham sido muito incorretas. AMBAS voltaram a demonstrar relutância. Ambas responderam-me que não tinham competências a desempenhar naquele corredor e a mais velha acrescentou que a minha preocupação não tinha cabimento, pois a senhora velhinha não iria cair da maca!
Face a esta infrutífera discussão, verifiquei com aflição falta de profissionalismo, ética e humanismo nestas duas profissionais.
O mais angustiante é que estas características se manifestam em pessoas que estão a atender outras que se encontram numa situação débil, crítica, vulnerável, algumas, entre a vida e a morte.
Este conteúdo fez parte de uma reclamação que terminou com as seguintes questões:
1) Seria a primeira idosa a cair de uma maca?
2) As funções de cada funcionário, tão restritas como as senhoras em causa afirmaram, estão definidas pelo SESARAM que o impeça de ASSITIR/ACUDIR a uma situação iminentemente grave?
3) Que critérios estão definidos para a seleção e recrutamento de pessoal auxiliar da ação médica para que atenda com dignidade qualquer pessoa que ali se dirija?
Liliana Melo