Responsável de partido opositor do Benim detido por "associação criminosa e terrorismo"
O responsável do partido da oposição do Benim Os Democratas Bio Dramane Tidjani e um dos seus colaboradores foram presos depois de terem sido acusados de "associação criminosa e terrorismo", noticia hoje a agência France-Presse (AFP).
De acordo com a AFP, Renaud Agbodjo, conselheiro do responsável político, afirmou que Dramane Tidjani e o seu colaborador Mamadou Tidjani "foram colocados sob um mandado de captura" na terça-feira".
Um outro opositor, Sébastien Ajavon, exilado em França e condenado em 2018 a 20 anos de prisão por tráfico de droga, foi também condenado à revelia na segunda-feira a outros cinco anos de prisão por "falsificação e burla", de acordo com documentos hoje consultados pela agência noticiosa francesa.
Sob custódia policial desde 22 de fevereiro, dos dois opositores foram presentes ao procurador especial do tribunal para a repressão de crimes económicos e do terrorismo (Criet) na manhã de segunda-feira, que os acusou de "associação criminosa e terrorismo", apontou uma fonte judicial sob anonimato.
Na semana passada, outros dois líderes do mesmo partido, os deputados Noureini Atchadé e Justin Adjovi, tinham sido convocados para este tribunal, tendo sido libertados após terem sido ouvidos.
A líder do partido, Rekiath Madougou, considerou que "Bio Dramane Tidjani e Mamadou Tidjani são reféns políticos".
A candidatura de Madougou às eleições presidenciais de 11 de abril foi rejeitada recentemente pela comissão eleitoral do Benim por não recolher o apoio de 16 deputados -- uma condição necessária para a validação das candidaturas.
A líder partidária, próxima do antigo Presidente Boni Yayi, recorreu à rede social Facebook para criticar "complôs contra os ativistas da liberdade".
O advogado de Ajavon, Marc Benshimon, considerou que a "nova sentença vai ao encontro do desejo do Presidente", Patrice Talon, de "amordaçar o seu adversário direto" e assim o impedir de se apresentar nas próximas eleições presidenciais.
Neste contexto, e após a rejeição de oito candidaturas pelas autoridades do país, em 11 de abril, os 5,5 milhões de eleitores do Benim poderão optar entre três candidatos: o Presidente cessante Patrice Talon, e dois adversários, praticamente desconhecidos do público em geral.
Os dois adversários são o antigo ministro Alassane Soumanou, do partido da oposição Força Cauris para um Benim Emergente (FCBE) e um dissidente entre os opositores, Corentin Kohoué.