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Comerciantes satisfeitos com Câmara de Lisboa

Pedem, contudo, mais ajuda do Governo

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Associações representativas do comércio, restauração e hotelaria manifestaram-se hoje satisfeitas com os apoios da Câmara Municipal de Lisboa aos empresários do setor, mas pretendem que o Governo complemente as ajudas para minimizar os efeitos da pandemia.

A satisfação foi expressa esta tarde no final de uma reunião entre o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), e responsáveis da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e da União das Associações de Comércio e Serviços (UACS).

O encontro, que durou cerca de duas horas, serviu para fazer um balanço dos programas de apoio económicos criados pela Câmara de Lisboa, nomeadamente o "Lisboa Protege" e ouvir as propostas das duas entidades.

O programa Lisboa Protege, cuja segunda fase arrancou na segunda-feira, prevê apoios a fundo perdido no valor de 20 milhões de euros às famílias e empresas da cidade.

"Acho que funcionou bem na primeira fase e esperamos que corra ainda melhor nesta, uma vez que os critérios forma alargados. A época é dramática e foi uma alavancagem muito boa", sublinhou à agência Lusa a presidente da direção da UACS, Lourdes Fonseca.

Contudo, a responsável da UACS ressalvou que apesar de importante a ajuda da Câmara de Lisboa "não é suficiente" e apelou ao Governo que complemente os apoios.

"Neste momento há situações desesperantes e a capitalização das empresas é fundamental. Há um ano as pessoas tinham algumas reservas e neste momento não têm. Os apoios dados a nível do Estado não são suficientes para suprir as necessidades", apontou.

Também o 1.º vice-presidente da AHRESP, Carlos Moura, manifestou a sua satisfação pela "rapidez" e "eficácia" do programa da Câmara de Lisboa, deixando, contudo, algumas sugestões, nomeadamente nos requisitos para aceder aos apoios.

A esse respeito, Carlos Moura defendeu que o patamar para recurso aos apoios baixe dos atuais 25% para os 15% de quebra de faturação.

O responsável da AHRESP alertou ainda para a dificuldade que alguns empresários que estão inseridos num regime simplificado de contabilidade estão a ter para aceder aos apoios, uma vez que é exigido o recurso a contabilistas certificados.

A necessidade de proteger os empresários dos bares e discotecas e proprietários de alojamentos locais foi outro dos alertas feitos no encontro.

"Eles estão fechados há um ano e não sabem quando vão abrir. É necessário majorar os apoios. Ninguém esperaria que a pandemia fosse tão longa e as reservas desapareceram", atestou.

Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina sublinhou que este apoio "chega numa fase importante em que as empresas precisam de ter apoios a fundo perdido".

Em jeito de balanço, o autarca referiu ainda que, no âmbito da primeira fase do Lisboa Protege, a autarquia apoiou, até ao momento, "2.700 empresas, fundamentalmente da restauração e do comércio, no valor de apoios que já ultrapassou um total de 16 milhões de euros".

As medidas, que foram anunciadas no final de janeiro pelo presidente da autarquia, Fernando Medina (PS), inserem-se na segunda fase do programa municipal Lisboa Protege e destinam-se a apoiar as empresas, as famílias e os setores cultural e social da cidade.

Esta fase do programa está orçada em 35 milhões de euros, sendo que 20 milhões são para os empresários com quebra de faturação superior a 25% nos três primeiros trimestres do ano passado ou na totalidade dos trimestres.

A Câmara de Lisboa já tinha anunciado no final do ano passado apoios a fundo perdido, entre quatro e oito mil euros, para os empresários, também no valor total de 20 milhões de euros.

Esta segunda fase vai abranger "mais 10.000 empresas e empresários" e proteger entre 80 mil a 100 mil postos de trabalho, de acordo com Fernando Medina.

As empresas que tenham uma faturação anual entre 500 mil euros e um milhão de euros passam a poder candidatar-se a um apoio de 10 mil euros.

Segundo a autarquia, esta linha a fundo perdido abrange novas atividades empresariais como panificação, pequenas oficinas de reparação, atividades criativas, desportivas e de lazer, ou todas as Lojas com História.

A primeira fase do programa Lisboa Protege representou uma verba de 55 milhões de euros. As duas fases totalizam, assim, um investimento de 90 milhões de euros.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.539.505 mortos no mundo, resultantes de mais de 114,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.389 pessoas dos 805.647 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.