A morte da "mãe do folclore" regional era notícia há 20 anos
No Canal Memória de hoje, veja o que foi destaque na edição impressa do DIÁRIO de 19 de Março de 2001
Há duas décadas, a Madeira chorava a morte de Maria Ascensão, a mais popular representante do folclore madeirense. O DIÁRIO noticiava o óbito na primeira página do dia 19 de Março de 2001. "Chamavam-lhe a "embaixadora" da Madeira. Por onde passou deixou o seu sorriso inconfundível. Durante os cinquenta anos em que levou o nome da Madeira, da Camacha e do "seu" Grupo Folclórico, aos cinco continentes, Maria Ascensão espelhou alegria e boa disposição. Ontem, fruto de um ataque cardíaco, a "camacheira" deixou de sorrir", escrevia-se há 20 anos.
Maria Ascensão Fernandes Teixeira que nasceu na Camacha a 13 de Maio de 1926, ficou conhecida pela “Loura da Camacha”, e durante muitos anos foi uma das referências do folclore madeirense. Desde os seus 20 anos de idade correu mundo com o Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha, acompanhada pelo seu marido e o vocalista do Grupo, o Adolfo Freitas.
A notícia da morte de Maria Ascensão provocou consternação na freguesia da Camacha e em toda a Madeira. O então secretário do Turismo e Cultura, João Carlos Abreu, descrevia-a como um "símbolo da Madeira". "Não são apenas as grandes personalidades políticas, científicas e literárias que dignificam uma Região. Maria Ascensão era uma mulher que nasceu das raízes do povo madeirense e que dançou e cantou essas raízes". A autarquia de Santa Cruz decretava luto concelhio durante dois dias e, mais tarde, a criação da Gala Internacional do Folclore Maria Ascensão, Festival de folclore organizado pelo Grupo de Folclore da Casa do Povo da Camacha, foi uma forma de a homenagear e perpetuar o seu nome.
Foi sepultada a 20 de Março de 2001 e, segundo o seu desejo, vestida com o traje tradicional do grupo que representou com orgulho durante 5 décadas.
Mas esta não foi a única notícia da edição do DIÁRIO de 19 de Março de 2001. Há 20 anos era destaque uma notícia publicada no então suplemento semanal que o DIÁRIO dedicava à Economia: a de que, ao longo do ano 2001, seriam inaugurados na Região 13 novas unidades hoteleiras, fazendo com que a oferta fosse maior do que a procura turística à data.
Também há 20 anos, em declarações ao DIÁRIO, o então presidente da Câmara de São Vicente, Duarte Mendes, dizia-se perseguido, afirmando que existia um grupo que queria controlar São Vicente. Esse grupo, dizia, estaria a persegui-lo, "não só como político mas também como cidadão, aludindo à adivinha que se conta no Parlamento sobre a sua casa nova. Mas, apesar de não adiantar nomes, o autarca deixa pistas no ar: basta olhar para as direcções da ADENORMA, dos bombeiros, da Casa do Povo e da Junta de Freguesia e da JSD".
Era também notícia a desvalorização das críticas regionais ao Rendimento Mínimo Garantido por parte do então ministro do Trabalho e da Solidariedade, Paulo Pedroso. O ministro sublinhava que o RMG não tem paternidade, nem pode ser usado como arma de arremesso, disse Pedroso ao chegar à Região e lembrando que havia sido a Madeira a se oferecer para ser uma "região-piloto" na aplicação da medida do governo central.
Descarregue aqui a primeira página do DIÁRIO de 19 de Março de 2001 e recorde o que foi destaque no dia.