Oposição pede à Cimeira Ibero-Americana que rejeite participação de Maduro
A oposição venezuelana pediu hoje aos países que participarão na XXVII Cimeira Ibero-americana, no dia 21 de abril em Andorra, que rejeitem a presença do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, apesar da sua presença estar ainda por confirmar oficialmente.
"Solicitamos respeitosamente que não considerem a legitimidade da presença de Nicolás Maduro na Cimeira de Chefes de Estado e de governos ibero-americanos, em Andorra. O mundo livre não pode dar tréguas a uma ditadura desta natureza", assinalou, em carta, o opositor Julio Borges, numa mensagem que também partilhou a sua conta no Twitter.
O ex-deputado, próximo do líder da oposição, Juan Guaidó, assegurou ter enviado o documento a Andorra "para rejeitar a eventual participação" de Maduro, acusando o Presidente de cometer "práticas autoritárias".
"A eventual participação de Nicolás Maduro nesta cimeira seria não só uma contradição com os princípios fundamentais que as democracias ibero-americanas defendem, mas um insulto às vítimas das graves violações dos direitos humanos na Venezuela", acrescentou.
O opositor lembrou que o Tribunal Penal Internacional está a fazer um exame preliminar sobre as denúncias de violação de direitos humanos por parte do governo de Maduro e que os Estados Unidos ofereceram, em março do ano passado, uma recompensa de 15 milhões de dólares (12,6 milhões de euros) pela sua captura, acusando-o de narcoterrorismo.
"Trata-se de um indivíduo que não se enquadra nos valores democráticos que as nações do mundo livre defendem", prosseguiu Borges.
A XXVII Cimeira Ibero-Americana devia ter-se realizado no ano passado em Andorra, mas devido à pandemia foi adiada para os dias 21 e 22 de abril deste ano.
A cimeira tem como tema "Inovação para o Desenvolvimento Sustentável -- Meta 2030. A Ibero-América perante o desafio do [novo] coronavírus".