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Boris Johnson apresenta na 3.ª feira visão para política externa britânica pós-'Brexit'

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai divulgar na terça-feira a sua visão para a nova política externa britânica pós-'Brexit', incluindo as orientações para a segurança, defesa e desenvolvimento internacional, antecipando um reforço dos laços com a região do indo-pacífico. 

O documento de 100 páginas, elaborado ao longo do ano passado, é o mais abrangente deste género em décadas e aborda em conjunto prioridades para a segurança nacional, política externa e economia internacional juntos, estabelecendo objetivos para que pretende alcançar até 2030.

A publicação é esperada para as 11:30 locais (mesma hora em Lisboa), seguida por uma intervenção do primeiro-ministro no Parlamento.  

O jornal Sunday Times avançou no domingo que a Rússia vai passar a ser tratada como um "estado hostil" enquanto a China será vista como um "concorrente" comercial. 

Outro jornal, o Mail on Sunday, noticiou que o documento vai "destacar a China, em particular, por representar a ameaça geopolítica mais séria para o Reino Unido, através de espionagem, pirataria informática e a influência da sua expansão económica", e que o Governo pretende criar uma unidade de combate a ataques informáticos.

A reflexão acontece durante um ano importante para o Reino Unido em termos de afirmação internacional, já que preside ao G7 e vai ser anfitrião da cimeira sobre as alterações climáticas COP26.

"O Reino Unido vai assumir as responsabilidades associadas à nossa posição como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Teremos um papel mais ativo em mater uma ordem internacional em que sociedades e economias abertas continuam a florescer e os benefícios da prosperidade sejam partilhados através do comércio livre e do crescimento global", vai dizer Boris Johnson.

Num excerto do discurso de apresentação, divulgado antecipadamente pelo seu gabinete, Johnson afirma que quer "mostrar que a liberdade de falar, pensar e escolher - e, portanto, de inovar - oferece uma vantagem inerente; e que a democracia liberal e os mercados livres continuam sendo o melhor modelo para o avanço social e económico da humanidade".

As mudanças na política externa incluem uma viragem para o Indo-Pacífico, região onde o primeiro-ministro pretende visitar a Índia no final de abril, para explorar oportunidades económicas na região. 

Segundo um comunicado, o Reino Unido quer aproveitar o divórcio da União Europeia (UE) para "prosseguir escolhas políticas e económicas independentes, enraizadas nos nossos interesses e dos nossos aliados". 

O documento também vai estabelecer o combate às mudanças climáticas e a preservação da biodiversidade como a principal prioridade internacional do Reino Unido na próxima década.