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Um ano de pandemia, dez anos de cansaço

Haja fé e força física para mais uns possíveis meses de pandemia que, queremos, acabe depressa

1. A maldita pandemia

Ao longo dos últimos doze meses, certamente, “Covid” e “coronavírus” foram as palavras mais pronunciadas em todos os meios e sectores. Uns porque reportaram o que ouviram ou leram nas notícias; outros porque ficaram privados dos seus familiares e amigos; outros porque o colega da escola ficou infectado, e a turma foi para casa; outros, porque o colega de trabalhou ficou infectado e a empresa suspendeu a actividade; outros, porque o filho estava na sala de um menino infectado ou do familiar do menino infectado e também foram para casa; outros porque tiveram de tratar a “covid” por tu.

São estes últimos - os doentes que viveram o inferno da doença e os profissionais de saúde em hospitais no mundo inteiro - que tiveram uma vida, ainda mais dura que a dos outros. Maldita pandemia! Cortou-nos os afectos e a vida que todos aprendemos a ter desde o nascimento. Socializar e partilhar passaram a ser proibidos pelas formas tradicionais, nestes longos e duros 12 meses.

As crianças aprenderam que a COVID é uma doença que veio da China, causada por um vírus muito perigoso que se transmite facilmente de uns para os outros. Aprenderam depressa que tinham de usar máscara, a desinfectar as mãos, a não partilhar lanches e objectos. Adaptaram-se (uns mais do que outros) a ter aulas on-line, a deixar de ter actividades extracurriculares, a manter amizades e partilhar emoções próprias da idade de forma diferente. Aprenderam a ter de viver de forma diferente.

A História narrará o ano 2020 como o ano da pandemia, uma espécie de nova peste negra, que assolou o mundo e vitimou milhares. O historiador que daqui a muitos anos estudar os primeiros 20 anos do século XXI contará com o registo dos acontecimentos que são vivenciados hoje, por nós.

Haja fé e força física para mais uns possíveis meses de pandemia que, queremos, acabe depressa.

2. Dia Internacional da Felicidade

Em 2012, a ONU proclamou o Dia Internacional da Felicidade, a 20 de março, como forma de reconhecer a importância da felicidade e do bem-estar nos seres humanos. Acrescento, todos os seres vivos carecem de bem-estar no seu meio natural de vida.

Os humanos, sobretudo os que habitualmente ligam o “complicómetro”, esquecem que há tanto mais importante na vida a começar pela própria salvaguarda da saúde fisica e mental, ainda mais em tempos de pandemia.

Não foi um ano fácil. Na falta de pasta ministerial com o pelouro da Felicidade, não deixemos por mãos alheias, a busca desse bem-estar e felicidade.