Conselho de Segurança da ONU prorroga missão no Sudão do Sul por um ano
O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou hoje uma resolução que prorroga a missão de manutenção da paz no Sudão do Sul até 15 de março de 2022, mantendo o número de 17.000 militares no país.
A decisão de manter o número de militares surge depois de um estudo recente que recomendou a redução deste corpo para 15.000 soldados.
A resolução, redigida pelos Estados Unidos, mantém também o número de 2.101 agentes policiais na missão e foi aprovada por unanimidade, segundo fontes citadas pela agência France-Presse (AFP).
O texto afirma também que o Conselho de Segurança "manifesta a sua disponibilidade para considerar o ajustamento dos níveis de força da Minuss [Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul] e das suas tarefas de acordo com a situação no terreno".
Neste sentido, o Conselho de Segurança estabeleceu uma série de critérios a cumprir pelas autoridades, incluindo o de pôr fim a qualquer obstrução do trabalho realizado pelos 'Capacetes Azuis' no país.
Na resolução, o organismo da ONU afirma que o mandato da Minuss se baseia "numa visão estratégica de três anos com o objetivo de evitar um regresso à guerra civil no Sudão do Sul, alcançar uma paz sustentável a nível local e nacional, apoiar uma governação inclusiva e eleições livres, justas e pacíficas.
No início de janeiro, um estudo independente encomendado pelas Nações Unidas apelou a uma redução da dimensão da Minuss.
O estudo sustentou a decisão com a melhoria da situação no país depois da assinatura de um acordo para a resolução do conflito, em 2018.
Embora a violência diretamente atribuível a fações da guerra civil tenha diminuído, a violência intercomunitária aumentou de forma acentuada no último ano, alimentada, segundo o estudo, diretamente por atores políticos nacionais.
Em 09 de julho de 2011, o Sudão do Sul formalizou a sua independência, meses depois de, em janeiro, 98,83% dos sudaneses no sul do país terem concordado com a separação de Cartum.
O Sudão do Sul, com maioria de população cristã, obteve a sua independência ao separar-se do Norte árabe e muçulmano em 2011. No entanto, a partir do final de 2013, o país entrou num conflito civil, provocado pela rivalidade entre o Presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-presidente, Riek Machar.
O conflito, que provocou a morte de cerca de 380.000 pessoas, terminou oficialmente em fevereiro de 2020, com a criação de um governo de união nacional, liderado por Kiir e com Machar como um dos cinco vice-presidentes do atual executivo.