Brasil com 85.663 casos e mais de duas mil mortes pelo terceiro dia seguido
O Brasil atingiu hoje o seu terceiro dia consecutivo com mais de duas mil mortes devido à covid-19 (2.216) e somou 85.663 novas infeções, o segundo maior registo desde o início da pandemia.
Os dados foram divulgados hoje pelo Ministério da Saúde brasileiro, que dá conta de um total de 275.105 óbitos e 11.363.380 casos positivos desde o registo da primeira infeção no país, em fevereiro do ano passado.
A média de mortes subiu hoje para 1.762 diárias e a de infeções para 70.593, números recorde.
No momento em que o país atravessa o momento mais crítico da pandemia, com hospitais em colapso por todo o país, a taxa de incidência da covid-19 em território brasileiro aumentou hoje para 131 mortes e 5.407 casos por 100 mil habitantes.
Em números absolutos, em todo o mundo, só os Estados Unidos têm mais vítimas mortais do que o Brasil: cerca de 545 mil, de acordo com o painel Worldometer.
Segundo a imprensa local, o Governo brasileiro prevê mesmo que o país possa chegar às três mil mortes diárias pela covid-19 nas próximas semanas.
Um ano após a pandemia ser oficialmente declarada no país, o Brasil acumula cerca de 10% das mortes notificadas no mundo por covid-19, sendo que tem apenas 3% da população global, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os Estados brasileiros que acumulam o maior número de infeções são São Paulo (2.179.786), Minas Gerais (956.468), Paraná (751.562) e Bahia (735.666).
Já as unidades federativas com mais mortes pela covid-19 são São Paulo (63.531), Rio de Janeiro (34.210), Minas Gerais (20.300) e Rio Grande do Sul (14.554).
No total, o Brasil regista 10 milhões de recuperações da covid-19, enquanto que 1.087.295 pacientes infetados permanecem sob acompanhamento médico.
Especialistas da área da Saúde têm atribuído o agravamento da pandemia no Brasil a novas estirpes do SARS-CoV-2, principalmente à P.1 detetadas no Amazonas, e considerada pela tutela da Saúde como, pelo menos, três vezes mais contagiosa do que a original.
Contudo, investigadores brasileiros identificaram uma nova mutação do coronavírus SARS-CoV-2 que circula em diferentes regiões do país há semanas e que, assim como a estirpe P.1 detetada no Amazonas, também é mais contagiosa.
Até agora, os cientistas não estabeleceram se a nova variante é capaz de resistir a anticorpos já gerados por pessoas que contraíram o novo coronavírus ou que já foram vacinadas.
O Brasil, que vacinou cerca de 4% da sua população contra a covid-19, confia no seu Programa Nacional de Imunizações para travar a propagação do vírus. Porém, tem enfrentado entraves na aquisição de doses.
Nesse sentido, na tarde de hoje, o Ministério da Saúde anunciou um contrato para receber 10 milhões de doses da vacina Sputnik V, que serão importadas da Rússia pelo laboratório brasileiro União Química.
No total, o Brasil tem acordos fechado para a aquisição de 424,5 milhões de doses de imunizantes, informou a tutela da Saúde em conferência de imprensa.
Segundo o calendário divulgado pelo executivo, serão entregues 112,4 milhões de doses da vacina de AstraZeneca/Oxford até julho deste ano e mais 110 milhões até dezembro; 100 milhões da Coronavac/Sinovac até setembro e outros 30 milhões até dezembro; 42,5 milhões de doses do consórcio Covax Facility até ao final do ano; 20 milhões da Covaxin até julho e 10 milhões da Sputnik V até junho próximo.
Face ao colapso hospitalar no país, o Ministério da Saúde autorizou hoje a cedência de 188,2 milhões de reais (28,3 milhões de euros) para o financiamento de 3.965 novas camas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em 21 das 27 unidades federativas do país.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.630.768 mortos no mundo, resultantes de mais de 118,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.