Vulcão Sangay no Equador expele cinzas a 8.480 metros de altura
O vulcão Sangay, no Equador, expeliu nas últimas horas cinzas a 8.480 metros de altura, que se dispersaram na direção noroeste e afetaram pelo menos três regiões do país, relataram ontem as autoridades.
As cinzas praticamente taparam durante a manhã o sol em várias regiões e afetaram principalmente a província de Chimborazo, e mais ligeiramente as de Morona Santiago e Bolívar, segundo precisou o investigador do Instituto Geofísico da Escola Politécnica Nacional (IPN-EP), Benjamin Bernard.
"Na madrugada em Chimborazo havia escuridão devido à presença dessa nuvem de cinzas. Na cidade de Riobamba, foi acompanhada de chuva e isso fez com que caísse lama, cobrindo estradas, carros e plantações", afirmou.
O investigador lembrou que o vulcão Sangay está em processo eruptivo desde 07 de maio de 2019 e desde então registou cinco erupções que afetaram regiões circundantes.
Em relação à mais recente erupção, considerou ser de "dimensão pequena a moderada, com um índice de explosividade vulcânica de 2".
Além disso, esclareceu que o pulso eruptivo terminou e a subsequente queda de cinzas "vai depender da direção e velocidade do vento", que geralmente é de leste-noroeste, motivo pelo qual Chimborazo, Morona Santiago e Bolívar foram afetados.
O IPN-EP alertou que outras províncias poderiam ser potencialmente afetadas pela nuvem de cinzas, como Los Ríos, o norte de Guayas e possivelmente Manabí e Tungurahua.
"A médio prazo podemos ver que o vulcão está em sistema aberto, ou seja, nada impede o magma de chegar perto da superfície e entrar em erupção", acrescentou Bernard, explicando que esta circunstância impede que se possam fazer previsões.
No entanto, adiantou que "é provável" que este tipo de eventos se repita e o seu impacto vai depender do tamanho dos pulsos vulcânicos e da direção do vento.
Em boletim, a Secretaria Geral de Comunicação da Presidência equatoriana indicou que a coluna de fumo emitida pelo vulcão alcançou os 8.480 metros acima do nível da cratera e com direção a oeste.
As Unidades de Monitorização de Eventos Adversos (UMEVA) do Serviço Nacional de Gestão de Riscos e Emergência (SNGRE) reportaram a queda de cinzas em cinco cantões da província de Chimborazo, com grande intensidade em Guamote e nas freguesias de Cebadas e Palmira.
Cinzas de intensidade moderada caíram em Chambo, Riobamba, Penipe e Guano, e a Câmara de Chimborazo afirmou que o Comité de Operações de Emergência resolveu suspender as atividades em todas as modalidades do setor público e privado.
As autoridades pediram à população para manter a calma, tomar medidas preventivas contra a queda de cinzas e obter informações através dos canais oficiais.
Além disso, apelaram também para que não esfreguem os olhos e para os lavarem com água limpa, assim como para recolherem as cinzas e depositá-las em sacos do lixo.
Um especialista do Instituto Geofísico solicitou à população que, caso tenha de sair de casa, o faça com máscaras e roupas adequadas e, se necessário, com proteção para os olhos.
Localizado na província de Morona Santiago, o Sangay faz parte das cerca de cinquenta deste tipo de formações no Equador, a maioria localizada na chamada "Avenida dos vulcões", na região andina.