Madeira

Bruxelas aprova revisão do Sistema de Controlo de Pescas

Cláudia Monteiro de Aguiar, vice-presidente da Comissão de Pescas, sublinha a importância desta aprovação para o sector que vai permitir “maior protecção do ecossistema marinho e das espécies”

None

O Parlamento Europeu aprovou ontem a revisão do Sistema de Controlo de Pescas, que tem como principais objectivos o combate à pesca ilegal, o cumprimento da obrigação de desembarque e o rastreamento do pescado ao longo da cadeia alimentar.

Cláudia Monteiro de Aguiar, vice-presidente da Comissão de Pescas, sublinha a importância desta aprovação para o sector, atendendo a que a mesma “viabiliza uma maior protecção do ecossistema marinho e das espécies e garante a sustentabilidade da actividade piscatória, representando um conjunto de melhorias no combate à pesca ilegal, à sobrepesca e à concorrência desleal de países terceiros, dado que a Europa ainda importa muito do pescado consumido”.

A Eurodeputada realça, também, “a preocupação de zelar pela protecção dos nossos mares - garante de matéria-prima de qualidade - mas sem ostracizar os pescadores, que no fundo são os mais prejudicados com a degradação do ambiente marinho e a escassez de espécies”, vincando que “os pescadores não podem ser vistos, na generalidade, como predadores, pelo que as medidas de controlo devem ser equilibradas e proporcionais, sem qualquer tipo de dogmas ou ideologias”.

Neste contexto, Cláudia Monteiro de Aguiar reforça ainda a importância de se ter obtido “um acordo equilibrado”, nomeadamente no que diz respeito à utilização de câmaras a bordo dos barcos, voluntárias para quem é cumpridor, mas de carácter obrigatório para quem tiver infringido a obrigação de desembarque pelo menos duas vezes”, com o objectivo “de sancionar quem prevarica e não de olhar com desconfiança para o sector como um todo”. 

O facto do novo FEAMPA contemplar apoios à compra de material CCTV e de geolocalização, o que faz com a adopção destes instrumentos não represente encargos acrescidos e desproporcionais para os pescadores, é outro dos pontos destacados pela Eurodeputada Social-democrata, que valoriza, também, o facto da pesca de pequena escala artesanal costeira – que representa cerca de 75% da frota europeia e que é sustentável e de baixo impacto ambiental – ter sido alvo de um “cuidado especial durante as negociações, evitando-se a sobrecarga burocrática ou a obrigatoriedade de tecnologia excessiva e desproporcional, que não traria vantagens evidentes do ponto de vista da protecção e controlo”.

Refira-se que o Parlamentou Europeu votou em sessão plenária as alterações à proposta da Comissão Europeia que pretende rever a legislação relativa ao regime de controlo de pescas da UE