Parlamento Europeu dá luz verde a novo programa de saúde da UE
O Parlamento Europeu aprovou ontem o novo programa europeu para a saúde, o "EU4Health", com um orçamento de 5,1 mil milhões de euros até 2027 e com o objetivo de preparar melhor os sistemas de saúde dos 27 para ameaças futuras.
Proposto pela Comissão Europeia em maio de 2020, já em resposta à crise da pandemia da covid-19, e negociado entre as instituições, que alcançaram um compromisso em dezembro passado, o programa foi hoje aprovado de forma expressiva no hemiciclo de Bruxelas, com 631 votos a favor, 32 contra e 34 abstenções.
O novo programa "UE pela Saúde" irá intervir em domínios nos quais a União Europeia pode oferecer um claro valor acrescentado, complementando assim as políticas dos Estados-membros.
O principal objetivo da iniciativa, financiada pelo Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, é reforçar os sistemas de saúde, ajudando os países a coordenar-se entre si e a partilhar dados, bem como tornar os medicamentos e os dispositivos médicos mais disponíveis, acessíveis e baratos.
A iniciativa apoiará também ações relacionadas com a saúde em linha e a criação do espaço europeu de dados de saúde, devendo ainda ajudar a promover o acesso a cuidados de saúde de qualidade, incluindo os cuidados de saúde sexual e reprodutiva, a melhorar a saúde mental e a acelerar a luta contra o cancro.
A Comissão Europeia já saudou o aval de hoje do Parlamento ao que classifica como "a base de uma União Europeia de Saúde forte e resiliente".
"É a nossa resposta às lacunas reveladas pela pandemia da covid-19 e à necessidade urgente de modernizar os sistemas de saúde da UE. Hoje estamos a enviar uma mensagem clara de que a saúde pública é uma prioridade para a Europa. Que estamos prontos a investir na nossa preparação coletiva para crises e a reconstruir sistemas de saúde mais fortes, resilientes e acessíveis", comentou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.
A relatora da posição da assembleia foi a eurodeputada portuguesa Sara Cerdas (PS), que apresentou hoje no plenário o relatório final.
A eurodeputada considerou "o programa mais ambicioso e completo na área da saúde" e disse acreditar que permitirá à UE "não repetir os erros do passado".
"Porque a saúde vai muito mais além da prestação de cuidados de saúde e da doença, o principal objetivo é a promoção da saúde e a prevenção da doença, reduzindo aquelas que são as desigualdades em saúde, promovendo estilos de vida mais saudáveis e reduzindo a carga da doença na União", afirmou.
Após a aprovação final do Conselho, o regulamento entrará em vigor no dia seguinte à sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia, sendo as novas regras aplicáveis com efeitos retroativos, a partir de 01 de janeiro de 2021.