Um país que não se orgulha do seu passado, não tem futuro
Um país que não se orgulha do seu passado, não tem futuro. Como entender que seja considerado criminoso de guerra um militar que arriscou a sua própria vida em missões especiais numa guerrilha sem regras nem convenções para salvar populações e camaradas de armas, alguns deles à secretária e no bar dos oficiais com ar condicionado? E muitos dos que agora o insultam, já cá, e em tempo de paz, o torturaram traiçoeiramente assim como deixaram ao abandono militares que lutaram sobre a égide da bandeira portuguesa e foram por isso assassinados? Como classificar a passividade a que hoje se assiste permitindo que um indivíduo a quem Portugal concedeu a nacionalidade, insulte de criminoso um cidadão português e militar com as mais altas condecorações e por muitos considerado um herói? Como é possível que nada aconteça a um antigo governante actualmente deputado da nação, que entre outras tiradas gravosas, defende que se destruam monumentos nacionais e o seu partido se cale bem como Presidente da Assembleia da República que anteriormente, e por muito menos, mandou calar um deputado? Já não lhes chegava terem delapidado centenas de toneladas de ouro das reservas do Banco de Portugal e sem um cêntimo de débito na época, passamos a ser o quarto em dívida pública. A seguir aos monumentos alusivos ao Império e aos Descobrimentos, chegará a vez das estátuas dos nossos navegadores que tanto nos orgulham. Os mais de 300 monumentos de homenagem aos combatentes do Ultramar, pela certa que também não irão escapar a este ódio que tardou, mas aí está ele a sair dos gavetões onde permaneceram mais de quatro décadas em silêncio. E que se preparem as Câmaras Municipais para uma enorme volta à toponímia das suas artérias e outros espaços públicos das suas cidades. Essa gente já tem pela certa prevista uma comissão para o efeito com listas dos novos heróis. Para quando um murro na mesa senhor Presidente Marcelo?
Jorge Morais