Von der Leyen pede à UE para partilhar vacinas com Ucrânia
A presidente da Comissão Europeia pediu hoje à União Europeia (UE) para "oferecer uma parte" das suas vacinas à Ucrânia, após Kiev, que recusou a vacina russa, ter solicitado aos europeus ajuda para as obter.
"Pedi aos nossos países membros para dar uma parte das suas doses à Ucrânia", declarou Úrsula Von der Leyen, durante uma intervenção televisiva de uma conferência sobre a pandemia de covid-19 organizada em Kiev.
"A UE está ao lado da Ucrânia uma vez que somos uma família europeia", sublinhou a presidente da Comissão Europeia.
O chefe de Estado ucraniano, Volodymir Zelensky, denunciou recentemente problemas de acesso à vacina face à concorrência dos países ricos e apelou, em particular, aos 27 para a ajudar os vizinhos orientais a obtê-la.
Hoje, na conferência, Zelensky indicou que a Ucrânia está a negociar a compra de vacinas com a vizinha Polónia.
A Ucrânia prevê começar a campanha nacional de vacinação em meados deste mês desde que recebeu o primeiro lote de 117.000 doses da vacina da Pfizer, no quadro do programa da ONU Covax, que atribui a Kiev um total de oito milhões de doses.
As autoridades ucranianas encomendaram também 12 milhões de doses das vacinas desenvolvidas pelos grupos britânico-sueco AstraZeneca e norte-americano Novavax e produzidas pelo Instituto Sérum, da Índia.
A Ucrânia prevê ainda comprar entre 1,9 e cinco milhões de doses da vacina chinesa Sinovac, se a eficácia vier a confirmar-se.
A Presidência ucraniana indicou hoje que Zelensky falou por telefone com o diretor-geral do grupo norte-americano Pfizer, Albert Bourla, para analisar a assinatura de um contrato para a aquisição por Kiev de vacinas da Pfizer/BioNTech "o mais brevemente possível".
Um dos países mais pobres da Europa, a ex-república soviética, com cerca de 40 milhões de habitantes e um sistema de saúde deficiente, acumulou até hoje cerca de 1,2 milhões de casos de contágio com o novo coronavírus, a que estão associados perto de 24.000 mortes.
As relações entre Kiev e Moscovo estão nos seus níveis mais baixos desde a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia em 2014, seguida pela eclosão da guerra com separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.316.812 mortos no mundo, resultantes de mais de 106 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.