Mais ovos e mais carne de frango consumidos em 2020
Estatísticas da actividade no ano passado, mostram que a avicultura foi mais dinâmica do que em 2019, ao contrário da pesca e do abate de gado
"No ano de 2020, a produção de ovos ultrapassou os 19,8 milhões de unidades, aumentando 4,2% face ao ano anterior", informa esta tarde a Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM). "Tendência semelhante foi registada no abate de frango, cujo volume rondou as 3,4 mil toneladas, o que representa um crescimento de 8,9% comparativamente a 2019".
Pelo contrário, refere, "o abate de gado totalizou 928,4 toneladas, diminuindo 7,0% face ao ano precedente". E o facto é que "este decréscimo foi observado tanto nos bovinos abatidos, como nos suínos (-6,3% e -15,3% respectivamente). Registe-se que a espécie que mais contribuiu para o total de gado abatido foi a raça bovina (93,5% do total)".
A DREM não avança para as razões destes aumentos e destas quebras, mas não estará alheio o facto de a actividade económica ter sido afectada não só com a população mais em casa, como haver menos restauração, hotelaria, festas populares, entre outros.
Pesca confirma perdas em ano pandémico
Já no domínio da pesca, tal como o DIÁRIO já havia noticiado a semana passada, "no ano de 2020 observaram-se quebras face ao ano anterior, tanto na quantidade como no valor de primeira venda", refere a DREM.
"Assim, a quantidade capturada de pescado decresceu 39,4%, cifrando-se o total anual em 4,9 mil toneladas. Por sua vez, o valor de primeira venda diminuiu 34,4%, com o acumulado anual a situar-se nos 14,5 milhões de euros", valores muito aproximados aos que noticiáramos por antecipação, embora estes dados venham oficializar um dos piores anos em termos de capturas dos últimos anos.
"A evolução verificada em 2020 resultou essencialmente do decréscimo registado na captura de atum e similares (55,0%), embora o peixe-espada preto também tenha observado uma redução (-4,9%)", especifica a autoridade estatística. "O atum e similares, não obstante a quebra nas capturas, manteve-se como a espécie mais abundante em 2020, totalizando 2,3 mil toneladas (47,5% do total de pesca descarregada), seguido do peixe-espada preto, que atingiu um total de 2,1 mil toneladas (43,9%) em 2020".
No que toca à "receita na primeira venda, o atum e similares registou uma redução de 48,7% face a 2019, totalizando 6,7 milhões de euros, enquanto o peixe-espada preto diminuiu 14,3% para um valor de 6,4 milhões de euros", diz a DREM. "Atendendo à série histórica disponível, é de salientar que a quantidade capturada de pescado e o respetivo valor de primeira venda foi o mais baixo dos últimos 6 anos".
Por fim, conclui que em 2020, "o preço médio de pescado apurado na primeira venda (excluindo-se nestes cálculos o pescado descarregado destinado a autoconsumo) cresceu 9,4% para 3,02€ (2,78€ em 2019), atingindo no caso do atum e similares os 3,04€ (3,37€ em 2019) e no do peixe espada-preto os 2,93€ (2,57€ em 2019)", ou seja, ligeiramente acima do que havíamos calculado, mas que mantém a ideia que o peixe chegou aos consumidores mais caro num ano de crise.