Membros do Conselho dos Direitos Humanos da ONU convocam reunião de emergência sobre Myanmar
Reino Unido, União Europeia e outros 19 membros do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas convocaram hoje uma reunião de emergência para discutir a situação em Myanmar (antiga Birmânia), após um golpe militar.
Este pedido é "uma resposta ao estado de emergência imposto em Myanmar, a detenção arbitrária de políticos e membros da sociedade civil eleitos democraticamente", afirmou o embaixador do Reino Unidos nas Nações Unidas em Genebra, Julian Braithwaite.
A lei marcial foi hoje declarada em vários bairros da cidade de Mandalay, a segunda cidade de Myanmar (antiga Birmânia), após protestos contra o golpe militar, indicaram as autoridades locais em comunicado oficial.
As manifestações e reuniões de mais de cinco pessoas estão proibidas e o recolher obrigatório está em vigor das 20:00 às 04:00 locais, vincou o comunicado.
Também hoje, o papa Francisco pediu a libertação "rápida" dos líderes políticos.
O "golpe de estado levou à detenção de vários responsáveis políticos, que espero que sejam rapidamente libertados como um sinal de incentivo a um diálogo sincero pelo bem do país", declarou o papa durante os seus votos para o corpo diplomático.
Os militares puseram fim, em 01 de fevereiro, a uma frágil transição democrática, ao instaurarem o estado de emergência por um ano e detiveram Suu Kyi e outros dirigentes da Liga Nacional para a Democracia (NLD, na sigla em inglês).
Mais de 150 pessoas, entre deputados, responsáveis locais e ativistas, foram interpelados e continuam detidos, indicou a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos (AAPP).
O país viveu sob um regime militar durante cerca de 50 anos, desde a independência em 1948.
Uma liberalização progressiva começou em 2010, e cinco anos depois, com a vitória da NLD nas eleições, chegou ao poder um governo civil, dirigido de facto por Suu Kyi.
Os militares prometeram eleições livres depois do fim do estado de emergência.