Mais Porto Santo acusa TAP de não olhar aos interesses dos portossantenses
Para José António Castro "é imperioso que o Porto Santo não fique privado da continuidade territorial com o conjunto do país"
O Mais Porto Santo acusa a TAP de não olhar aos interesses dos portossantenses.
"Pelo menos durante este mês de Fevereiro, por causa da quebra na procura, a TAP assegura apenas uma ligação diária entre a Madeira e Lisboa. O reajuste implicou que a TAP alterasse o voo da manhã Funchal-Lisboa para as 08h20 quando antes era às 09h30. Ora, um portossantense que precise ir para Lisboa terá de viajar para a Madeira na véspera. Tendo em conta que o avião da Binter sai do Porto Santo às 08h30 é bom de ver que jamais conseguirá apanhar a ligação da TAP para Lisboa. Voo que, por sinal, é o único do dia, o que obriga o portosantense a ir no dia anterior e pagar uma noite na Madeira, tudo por terem adiantado o voo para Lisboa uma hora", começa por dizer José António Castro, líder do Mais Porto Santo, através de um comunicado de imprensa.
"O voo de regresso da TAP, de Lisboa, pelas 20h30, também não serve aos portossantenses...obriga a ficar uma noite na Madeira para apanhar o avião no dia seguinte para o Porto Santo", sustenta.
Segundo José António Castro, "a situação agudiza-se para quem, periodicamente, tem de ir ao continente fazer tratamentos médicos". "Não são viagens de lazer nem sequer de negócios, são viagens de saúde.... e o voo que lhe permitia ter ligação passa das 09:30 para as 08:30", refere, acrescentando que "também o voo directo semanal da TAP para o Porto Santo, que estava marcado desde Novembro de 2020 para ser retomado no final de Março, foi suprimido".
O líder do Mais Porto Santo afirma ainda que, "recentemente, o administrador da TAP, Bernardo Trindade, veio reafirmar que o importante é que a continuidade territorial fica assegurada com a ligação entre Madeira e Lisboa".
"Ora, para o Mais Porto Santo, estas opções da TAP –à revelia do que estava previsto para a operação Inverno IATA- são a clara demonstração de que a TAP não olha aos interesses dos portossantenses que também pagam impostos para que o Governo da República injecte dinheiro na companhia aérea", frisa.
No seu entender, "o argumento da falta de procura não colhe, pelo menos, no que toca à alteração horária, além de que a procura seria incrementada, isso sim, se os preços da TAP não escaldassem o bolso dos portossantenses".
"Também não colhe o argumento do 'load factor', pois é cada vez mais evidente que as opções de viagens de férias são, hoje em dia, tomadas em sistema de “'ast minut', acrescenta e continua: "O serviço público é essencial para uma companhia de bandeira, os voos da TAP são essenciais para prestar um serviço ao público. A mobilidade é essencial para a população e para a economia do Porto Santo, no respeito pelo princípio da continuidade territorial".
Na sua óptica, "há uma necessidade urgente de mobilidade dos portossantenses que não querem ficar confinados aos horários das ligações marítimas (suprimidas nesta altura) ou à contingência de terem de viajar via Funchal pela Binter para ligarem-se a Lisboa".
Para José António Castro "é imperioso que o Porto Santo não fique privado da continuidade territorial com o conjunto do país" e que "o Governo da República, através da Secretaria de Estado das Infraestruturas, tome medidas urgentes".
"O Movimento Mais Porto Santo pede uma outra dinâmica reivindicativa quer da Câmara do Porto Santo quer da Secretaria Regional do Turismo e Cultura para que pressionem quer o Governo da República, quer a TAP, quer a Autoridade Nacional de Aviação Civil, quer a ANA para que seja encontrada uma solução", rematou.