Presidente do CDS aceita congresso mas só depois das Autárquicas
O presidente do CDS-PP afirmou hoje que não se oporá à convocação de um congresso extraordinário depois das eleições autárquicas, caso os militantes assim o entendam, mas salientou que quer "executar o projeto" para o qual foi eleito.
"Se, a seguir às eleições autárquicas, os militantes tiverem a intenção e estiverem na disposição de ponderar a realização de um congresso, saibam que não me oporei a que essa discussão tenha lugar", afirmou o líder centrista.
No entanto, Francisco Rodrigues dos Santos quis deixar um apelo "firme e genuíno" aos dirigentes do CDS, na segunda intervenção que fez ao Conselho Nacional: "Que não dêmos um péssimo exemplo ao país e que respeitemos o trabalho de quem se tem entregado de corpo e alma ao partido em cada concelho do nosso Portugal", pediu.
O presidente do CDS-PP apontou que o partido se tem vindo "a preparar de forma diligente" para as eleições autárquicas e alertou que "criar instabilidade no partido nesta altura prejudica o trabalho de milhares de autarcas e dirigentes do partido, afeta a reputação do partido e tem um efeito devastador na formação das listas".
Numa intervenção de quase meia hora, à qual os jornalistas assistiram presencialmente, Francisco Rodrigues dos Santos assumiu "com humildade" que cometeu "erros e que nem tudo correu da maneira como gostaria".
"Apesar das circunstâncias completamente novas e austeras com que nos deparámos no partido, no país e no xadrez político à direita, eu sinto e sei que temos condições para fazer mais, melhor e em alguns casos também de forma diferente", defendeu.
Salientando que "os mandatos são para cumprir", o líder centrista afirmou que é sua intenção "executar o projeto para o qual" foi "mandatado pelos militantes, que tem a duração de dois anos".
Francisco Rodrigues dos Santos foi eleito presidente do CDS há um ano, no final de janeiro de 2020, no 28.º Congresso do partido, que decorreu em Aveiro.
Cerca de 250 membros do Conselho Nacional do CDS-PP estão reunidos desde as 12:10, por videoconferência, para discutir e votar uma moção de confiança à Comissão Política Nacional apresentada pelo líder, Francisco Rodrigues dos Santos, depois de o antigo vice-presidente Adolfo Mesquita Nunes ter proposto a realização de um congresso eletivo antecipado (antes das autárquicas) e ter anunciado que será candidato à liderança caso essa reunião magna aconteça.
Os trabalhos arrancaram à porta fechada, mas foram abertos aos jornalistas a partir das 15:45, após decisão do Conselho Nacional, estando a comunicação social a acompanhar a reunião na sede do CDS, em Lisboa, através de uma televisão.