Confinados mas atentos
Vivem-se tempos muito difíceis, todos o sabemos. Muito mais propícios a chorar do que a rir, não nos iludamos; mas, não podemos deixar de acreditar e ter esperança.
Os últimos tempos têm sido particularmente difíceis e duros, pelo número de pessoas infectadas, muitos, sem dúvida, “merecedores” pela sua inconsciência e irresponsabilidade que chegam a ser arrogantes, mas, extremamente chocantes pelo número de mortos que se está banalizando, a certa altura pergunta-se ... hoje quantos foram, quase como se quiséssemos saber o resultado de um jogo de futebol, passe o exagero e pela falta de respeito, infelizmente de muitos, muito mais do que parece, que correm apressados para a varanda e para as redes sociais para aplaudirem os “profissionais de saúde”, mas, que na hora da verdade, ignoram os apelos desesperados de seres humanos, convocados para darem o máximo de si ao próximo e que estão, no limite da sua capacidade física e mental.
Nos últimos dias temos tido o espectáculo degradante, do salve-se quem puder, do chico-espertismo, bem português, da corrida ás vacinas. A situação é triste, sem dúvida, mas, não deixa de dar alguma vontade de rir, as explicações, justificações e argumentos mirabolantes, de tanto ente que só tem olhos para o “seu umbigo”, desde letrados, professores, pseudo autoridades, padres, imagine-se, num momento de baixeza indescritível; ainda por cima convencidos, que nós os outros, somos os “tontos”.
Mas, perdoem-me a sinceridade, vendo a postura, a arrogância e equidistância política apresentadas pelo ex coordenador da task force do programa de vacinação a nível nacional, Dr. Francisco Ramos, nada disto me admira ou surpreende, bem pelo contrário.
Agora à hora do almoço, nos noticiários televisivos, e ainda quando preparava o resto desta cartinha, fui confrontado com a demissão do dito elemento, ora bem, ainda resta um “pinguinho“ de vergonha, valha-nos Deus.
Cada vez que o vi intervir na televisão, a sua voz, especialmente quando em modo de videoconferência, parecia alguém que estava “preso ou entalado”, no depósito de água na casa de banho. Felizmente, para ele e para nós, alguém puxou o autoclismo.
João Abel Freitas