“Não vacinámos a filha da provedora, a mãe da provedora, a avó da provedora”
Pedro Ramos garante que o Plano de Vacinação Regional foi cumprido nas opções tomadas em Machico
É a garantia do secretário regional da Saúde: na Madeira está a ser cumprido o Plano Regional de Vacinação contra a Covid-19 e não há, até ao presente, casos equiparáveis aos que têm sido noticiados no Continente: “Não vacinámos a filha da provedora, a mãe da provedora, a avó da provedora. Estão a pegar numa situação que não existe. O objectivo é vacinar. Mas vacinar com grau de priorização.”
Pedro Ramos garante que isso aconteceu, mesmo na Misericórdia de Machico, onde a provedora e um conjunto de outras pessoas foram vacinadas, ainda que não constassem da listagem inicial. Isso aconteceu, como revelou a provedora ao DIÁRIO, poe decisão da direcção clínica da Instituição.
Ora, o governante questionado sobre se essa decisão deveria de ser da instituição ou da Direcção regional de Saúde argumentou que “a Direcção Clínica é um médico e uma enfermeira, que também trabalham no serviço público. Não são profissionais fora do sistema regional de saúde. São pessoas com responsabilidade.” A Direcção Clínica “decidiu de acordo com o Plano Regional de Vacinação. Disso não tenham a menor dúvida. O Plano não vai vacinar o amigo. Vai vacinar aqueles que têm de ser vacinados”, que, no caso de um lar, são todas as pessoas que lá trabalham.
Pedimos ao secretário da Saúde que analisasse, em abstrato, uma situação. Imaginemos o provedor da Misericórdia do funchal, que é advogado. Deveria ser vacinado pela Misericórdia nesta fase? “O provedor é advogado. Quantas horas passa na Misericórdia? Quantas horas tem contactos com os doentes que estão dentro da Misericórdia? Os lares estão a ser infectados por quem, por quem tem mobilidade? Que idade tem o provedor? Tem co morbilidades?” São questões que merecem resposta antes da decisão de vacinar ou não nesta fase.
Complementarmente, Pedro Ramos deu um exemplo real. Nesta semana, estão a ser ministradas vacinas na Associação de Paralisia Cerebral da Madeira. “Não vamos vacinar os assistentes operacionais, os fisioterapeutas, os enfermeiros?”