Santa Cruz acusa Segurança Social de retirar apoios a famílias carenciadas
"A Segurança Social da Madeira está a descontar nos seus apoios o valor de apoio que é dado pela autarquia de Santa Cruz como complemento de ajuda a famílias carenciadas".
A denúncia foi feita por Filipe Sousa no decorrer da reunião de Câmara desta quinta-feira, 4 de Fevereiro, na qual informou que já enviou um ofício à Secretária da Inclusão Social e Cidadania a pedir que seja revisto este posicionamento.
Em causa estão os beneficiários do Fundo de Emergência Social, um apoio municipal que pretende ser um complemento de ajuda a famílias carenciadas.
O que acontece, segundo Filipe Sousa, é que o Instituto de Segurança Social da Madeira está a descontar dos seus apoios o valor que estas famílias recebem da autarquia.
"No fundo, a Câmara dá com uma mão e o Governo Regional, através da Segurança Social, tira com a outra", atira.
"Quem faz isto não se consegue colocar no lugar das pessoas que passam dificuldades. Para esta gente um complemento de ajuda é encarado como um ordenado luxuoso, o que é imoral".
A posição é reforçada pelo vereador Jaime Silva, que diz que, "mesmo com o apoio da Câmara e da Segurança Social, estamos a falar de famílias que continuam abaixo do limiar de pobreza".
Também o vereador Arlindo Gouveia considerou "inaceitável a medida", dizendo que "estamos perante um Instituto da Insegurança Social, que trata as pessoas carenciadas como se fossem quase criminosos".
Na reunião de Câmara foi ainda aprovada a primeira revisão ao Orçamento Municipal para incluir o Saldo de Gerência, de cerca de quatro milhões de euros, no âmbito do qual sobra uma verba disponível de 2,9 milhões de euros.
Este valor servirá, entre outras medidas, para o reforço da aquisição de betuminoso, para a requalificação da Escola da Achada do Barro, onde vai nascer um centro intergeracional, para a eficiência energética, para a dinamização local e para o 'renting' de três viaturas para a Educação, uma das quais adaptada ao. transporte de deficientes.
Aprovados foram também vários apoios financeiros a munícipes com doença oncológica.