Madeira

Extremos na reacção aos apoios em Câmara de Lobos

Um taxista diz que é pouco, um merceeiro dispensa a ajuda

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“Uma esmola”. Foi assim que um taxista de Câmara de Lobos reagiu à notícia de que a Câmara Municipal de Câmara de Lobos se prepara para aprovar hoje na reunião semanal o apoio extraordinários aos empresários do concelho, num investimento de 600 mil euros que pode subir aos 800 mil se a procura assim o justificar. Para cada entidade que comprove as perdas no negócio de 25% há um subsídio de até 1.500 euros por entidade, sendo no caso dos taxistas um valor fixo de 500 euros. Este profissional vê com bons olhos a ajuda, diz “tudo o que venha é bem-vindo”, mas não deixa de constatar que é uma gota num mar de dificuldades.

O taxista, profissional há mais de 40 anos no centro da cidade, preferiu não divulgar o nome nesta curta conversa. “É bom, oxalá que venha”, começou por dizer, confessando que em toda a parte o trabalho destes profissionais tem sido complicado. “500 euros, para que é que dá?”. E pede às pessoas que olhem para o seu nível de vida e que olhem para quem trabalha nas praças de táxi para perceber a dificuldade dos que ali ficam horas parados.

“Isso é uma esmola”, afirmou, embora reconhecido pelo esforço da autarquia. “Há tanta coisa que pode ser feita, mas também não depende só da Câmara, depende de todos”, admitiu, sem se alongar nas medidas que achava mais adequadas a este novo tempo. “Tudo o que venha é bem-vindo neste momento de pandemia”, disse também.

À falta de turistas junta-se a falta de clientes locais, afastados também pelo recolher obrigatório, recordou. Tudo contribui para que nestes dias o táxi circule pouco.

Em cima, o dono da Mercearia do Registo, localizada na zona alta do Estreito de Câmara de Lobos, diz que não vai fazer uso das ajudas proporcionadas pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos, assim como não procurou ajudas do Governo Regional para enfrentar os impactos da covid-19. “Nunca cheguei a pedir”, revelou António Yovari. Agora não será diferente. “Como eu trabalho sozinho, não tenho funcionários, não quis ir pedir ajudas”.

Este pequeno empresário reconhece que em certos casos, o apoio da Câmara “pode ser que seja bom” e aplaude a iniciativa noticiada hoje na edição do DIÁRIO. “Já sabemos que a situação é complicada. Também se eu tivesse funcionários já tinha pedido ajudas.”

António Yovari, como os restantes também tem sentido a diferença no negócio. As vendas caíram bastante, contou o merceeiro. “Já sabemos que nestes casos assim, vão cair sempre”. E revela que com o negócio aberto há quase 38 anos, esta foi a pior crise por que passou. “Já tivemos crises, mas esta tem sido a pior, a mais complicada”, admitiu.

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