Faça-se luz!
Boa noite!
Hoje ficamos a saber que o deputado social-democrata na Assembleia da República, Paulo Neves, obteve uma garantia não quantificada que vai levar os madeirenses a ter desconto na factura de electricidade.
Estamos radiantes com a boa nova iluminada, mesmo que a benesse represente provavelmente uns cêntimos, mas o que agradecíamos solenemente ao parlamentar madeirense era que tudo fizesse para acabar com o assalto orquestrado aos cidadãos que, nessa mesma factura, pagam pelo que não consomem, ou pagam duas vezes pelo mesmo serviço.
Porque é que sou obrigado a pagar uma contribuição audiovisual que custa a cada “estimado cliente” da EEM a módica quantia de 2,99 euros por mês, ou seja, de 35,88 euros por ano?
Porque é que tenho que desenrascar mais uma taxa ao Estado que neste caso se destina a financiar o serviço público de radiodifusão e televisão quando já pago por um serviço de televisão por cabo, quando consumo operadores privados que também prestam serviço público e quando não estabeleci por livre vontade qualquer contrato de adesão com canais subsidiados?
Porque é que tenho que financiar quem faz concorrência desleal aos restantes meios de comunicação social, não abdica das linhas de valor acrescentado, pratica dumping publicitário, noticia sem citar os meios que alimentam a fauna informativa e já chegou a subtrair regularmente recursos humanos a outras redacções, usando-os como comentadores sem lhes pagar?
Porque é que sou obrigado a dar mais do que já dou livremente ao canal público?
Através da contribuição audiovisual, que devia ser opcional, a RTP recebe anualmente, sem complicações, cerca de 180 milhões de euros. Será que ao menos paga a luz?