Berlim admite novas sanções da União Europeia contra a Rússia
A União Europeia pode vir a adotar novas sanções contra a Rússia, em resposta à prisão do opositor russo Alexei Navalny, admitiu hoje o Governo alemão.
"Após o julgamento (de Alexei Navalny) vão ter lugar discussões entre os parceiros da União Europeia e novas sanções não são de excluir", disse em conferência de imprensa o porta-voz do governo de Berlim, Steffen Seibert.
Na mesma conferência de imprensa, Siebert disse também que a construção do controverso gasoduto Nord Stream 2 vai avançar.
O gasoduto entre a Rússia e a Alemanha tem sido fortemente criticado por alguns países europeus, nomeadamente a França, sobretudo numa altura em que se intensifica a crise provocada pela prisão do dirigente da contestação a Vladimir Putin.
Um tribunal russo condenou, na terça-feira, Alexei Navalny a dois anos e meio de prisão, por violação de liberdade condicional.
O juiz decidiu que Navalny violou a liberdade condicional, por não ter comparecido às autoridades competentes, no ano passado.
Navalny, de 44 anos, foi detido em 17 de janeiro ao regressar de cinco meses na Alemanha, após um envenenamento que o opositor atribuiu ao Kremlin, apesar dos desmentidos das autoridades russas.
Para se defender da acusação de violação da liberdade condicional, os advogados de Navalny argumentaram que a não comparência perante as autoridades se deveu ao facto de o líder político estar a recuperar-se de envenenamento na Alemanha.
Entretanto a organização não-governamental russa OVD-Info comunicou hoje que mais de 10 mil pessoas foram detidas na Rússia desde o início do movimento de protesto contra a prisão de Navalny, em janeiro, disse hoje a organização
Muitos manifestantes permaneceram amontoados nos autocarros, detidos "em condições terríveis e sufocantes, sem comida e sem poder ir à casa de banho por várias horas", disse o responsável da OVD-Info, Grigori Dournovo, à rádio Ekho Moskvy.