Pelos menos 10 detidos em distúrbios em Barcelona após manifestação a favor de 'rapper'
Pelo menos 10 pessoas foram hoje detidas pela polícia catalã durante os distúrbios que se seguiram a mais uma manifestação em Barcelona a reclamar a libertação do 'rapper' catalão Pablo Hasél.
Uma das pessoas foi detida, na Praça Catalunha, por agressão a um agente da autoridade, indicaram os Mossos d'Esquadra (Polícia da Catalunha).
As restantes foram detidas por delitos de desordem pública, lançamento de artefactos incendiários contra polícias e ateamento de fogo a uma carrinha da polícia municipal de Barcelona, que estimou em 4.000 pessoas o número de manifestantes.
A manifestação decorreu, em grande parte, de forma pacífica, mas, no final, pequenos grupos violentos dispersaram-se por diferentes zonas do centro da cidade, causando novamente incidentes.
A esquadra da Guardia Urbana (polícia municipal) de Barcelona foi atingida por objetos, várias dependências bancárias foram apedrejadas, um hotel e um concessionário de automóveis regados com líquidos inflamáveis e diversas lojas saqueadas.
Contentores do lixo foram usados para formar barricadas, com alguns deles a serem queimados.
Os distúrbios estenderem-se a outras cidades catalãs, como Sabadell, onde foram erguidas barricadas, Tarragona, onde uma agência bancária foi apedrejada e o 'campus' universitário vandalizado, e Lérida, onde uma patrulha da polícia municipal foi também apedrejada e diversas lojas foram vandalizadas.
O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, classificou, nas redes sociais, "os atos de vandalismo e violência" como "inaceitáveis".
No mesmo sentido, o presidente da Generalitat (Governo) da Catalunha em exercício, Pere Aragonès, afirmou, também nas redes sociais, que tais atos "não são liberdade de expressão nem de manifestação".
Pablo Hasél está preso por injúrias à monarquia espanhola e por glorificação do terrorismo. O músico, que foi detido em 16 de fevereiro na reitoria da Universidade de Lérida, onde se trancara, foi condenado a nove meses de prisão.
O cantor considera que é vítima de um "ataque muito grave" à liberdade de expressão.
Barcelona e outras cidades catalãs têm sido palco de várias manifestações a pedir a libertação do 'rapper' e que acabam em violência.