EUA mostram abertura para tributação de tecnológicas
Os Estados Unidos mostraram ontem alguma abertura para chegar a um acordo internacional sobre a tributação das grandes empresas tecnológicas e a ideia é atingir um pacto em julho, disse o ministro das Finanças italiano.
As declarações de Daniele Franco foram feitas em conferência de imprensa após uma reunião de ministros das Finanças e de dirigentes de bancos centrais do G20, que decorreu de forma virtual e sob presidência de Itália.
"Em matéria de tributação internacional, os ministros e governadores debateram a necessidade de reformar o sistema atual, uma tarefa urgente, já que enfrentamos os desafios colocados pela globalização e digitalização da economia", assinalou.
"É necessário avançar para um acordo global sobre impostos às multinacionais, entre as quais os gigantes tecnológicos, e demos passos em frente. Esperamos chegar a um acordo em julho", quando se realizar uma nova reunião do G20 Finanças em Veneza.
Franco explicou que muitos países já adotaram iniciativas individuais para esse tipo de empresas mas considerou que essa "não é a melhor resposta" e defendeu que deve ser definido um quadro, mesmo que mínimo, que seja partilhado por todos os países e com as mesmas regras.
Os ministros e governadores estiveram de acordo para se avançar nesse sentido e agora começam a ser definidos os detalhes.
Também foi colocada em cima da mesa a questão de os países do G20 darem um apoio adicional aos mais pobres para os ajudar a sair da crise causada pela pandemia, tendo sido abordada a Iniciativa de Suspensão de Serviço de Dívida (DSSI), que desde que entrou em vigor em maio de 2020 proporcionou um alívio de cerca de 5.000 milhões de euros a mais de 40 países, de acordo com números do Banco Mundial.
No ano passado, o G20 concordou em alargar por seis meses a moratória de pagamento de dívida para os países mais pobres, uma medida que termina em junho deste ano. Foi abordada a necessidade de nova prorrogação, mas o assunto será debatido com maior profundidade numa nova reunião em abril.
O ministro italiano disse ainda que, apesar da disponibilidade de vacinas e das expectativas de uma recuperação económica nos próximos trimestres, a situação económica e crise sanitária "continuam a colocar desafios".
"O multilateralismo é mais importante do que nunca e deve ser melhorado através de uma coordenação mais próxima entre os membros do G20 ", acrescentou.
Foi acordado que os governos devem manter políticas fiscais expansionistas para favorecer uma recuperação forte e sólida e que acelerar a campanha de vacinação é a chave para restaurar a normalidade a nível mundial.
Os países que fazem parte do G20 são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia. A Espanha tem participado como país convidado.