Mais de 10,4 milhões de infecções no Brasil
O Brasil ultrapassou, ontem, a marca de 10,4 milhões de infeções pelo novo coronavírus (10.455.630), precisamente um ano após o registo do primeiro caso no país, informou o Ministério da Saúde.
Esta sexta-feira, foram contabilizados 65.169 infetados em território brasileiro, o quarto dia consecutivo em que o país regista mais de 60 mil novos diagnósticos de covid-19.
Os dados fazem parte do último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, que dá conta da soma 1.337 mortes entre quinta-feira e hoje, num total de 252.835 óbitos devido à covid-19 no Brasil.
É também o quarto dia consecutivo em que a nação sul-americana, uma das mais afetadas em todo o mundo pela pandemia, concentra mais de mil vítimas mortais diárias.
A taxa de letalidade da doença no país está em 2,4% e a taxa de incidência é hoje de 120 mortes e 4.975 casos por 100 mil habitantes.
São Paulo é o foco da pandemia no país, ao concentrar 2.026.125 casos positivos, sendo seguido de Minas Gerais (869.230), Bahia (674.384) e Santa Catarina (663.699).
Por outro lado, as unidades federativas com maior número de óbitos são São Paulo (59.129), Rio de Janeiro (32.909), Minas Gerais (18.276) e Rio Grande do Sul (12.226).
O país sul-americano contabiliza ainda 9.355.974 cidadãos recuperados da doença e 846.821 pacientes sob acompanhamento médico.
Um ano após a chegada a pandemia ao Brasil, o país permanece com a pandemia em franca expansão, enfrentando uma segunda vaga e com novas estirpes em circulação em várias regiões, inclusive a P.1, detetada no Estado do Amazonas e até três vezes mais contagiosa do que a original.
Segundo um boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição científica de referência no país, o Sistema Único de Saúde brasileiro vive o momento mais crítico desde o início da pandemia, com ocupação de mais de 80% das camas de Unidades de Cuidados Intensivos em pelo menos 17 capitais estaduais.
Em Porto Velho, no Estado de Rondônia, vive-se uma situação critica, onde já não há mais camas disponíveis nos hospitais públicos, assim como em Florianópolis, no Estado de Santa Catarina, onde a ocupação das camas rondas os 96%.
Face ao agravamento da pandemia no país, várias regiões do país estão a voltar a intensificar as medidas de isolamento social.
O governador do Distrito Federal, que engloba a capital, Brasília, anunciou que vai decretar, a partir da próxima segunda-feira, 'lockdown' desde as 20:00 até às 05:00 para tentar conter o avanço da covid-19.
"Queria muito evitar essa decisão, mas não temos outra opção a não ser tomar medidas mais fortes. A nossa taxa de ocupação dos leitos já está em 92%", escreveu o governador, Ibaneis Rocha, na rede social Twitter.
A medida restritiva terá duração mínima de 14 dias, podendo ser prorrogada caso os índices de internação em hospitais assim o justifiquem.
"O objetivo é interromper o fluxo de pessoas no período da noite. Assim as pessoas saem do trabalho e dirigem-se diretamente para as suas residências. Tentamos diminuir o impacto na economia já que o comércio seguirá aberto durante o dia", acrescentou o governador.
No sentido oposto, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, voltou a causar aglomerações numa visita ao Estado do Ceará, onde aproveitou para criticar as medidas de isolamento social.
Após o país registar mais de 250 mil mortes e 10,4 milhões de casos, Bolsonaro continua a negar a gravidade da pandemia e a não usar máscara em público.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.508.786 mortos no mundo, resultantes de mais de 112,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.