Madeira

PS quer apoios do Plano de Recuperação para autarquias e sectores tradicionais

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O presidente do Partido Socialista-Madeira defendeu, hoje, que sejam também alocadas verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para as autarquias e para os sectores tradicionais – agricultura e pescas –, bem como que haja uma discriminação positiva para os concelhos do norte da ilha e para o Porto Santo.

Paulo Cafôfo falava, esta manhã, na freguesia de Boaventura, no âmbito de uma visita que efetuou ao concelho de São Vicente.

A iniciativa englobou uma reunião com a concelhia do PS de São Vicente, que foi recentemente eleita e está a introduzir uma nova dinâmica no trabalho político que vem desenvolvendo, bem como um encontro com o presidente da Junta de Freguesia de Boaventura, com vista a inteirar-se do processo de recuperação na sequência do temporal do passado dia 25 de Dezembro.

"O PS não abandona as pessoas e estará sempre do lado das mesmas, para não cair no esquecimento aquilo que é necessário recuperar", disse o dirigente, defendendo que a reconstrução possa ocorrer o mais rápido possível.

Sobre o PRR, o líder dos socialistas madeirenses considerou que tem de ter duas funções: por um lado, deve responder ao impacto que a crise económica causada pela pandemia está a ter nas famílias e nas empresas e, por outro lado, deve provocar "mudanças estruturais em problemas que não têm a ver com a covid, mas que se arrastam há demasiado tempo".

"Queremos que os apoios não sejam só, como inicialmente ficou definido, para investimentos no âmbito da administração pública regional, mas possam chegar, por exemplo, às autarquias – às câmaras municipais e às juntas de freguesia –, porque não é possível uma recuperação económica sem o poder local", afirmou Paulo Cafôfo.

Além disso, o responsável entende que deve haver um benefício para os concelhos do Norte e para o Porto Santo, já que as autarquias e as empresas destas localidades viram agravar-se ainda mais as dificuldades que já sentiam.

A um outro nível, o presidente do PS-M lamentou a inexistência de apoios do PRR para os setores tradicionais – agricultura e pescas – pelo que apresentou três propostas concretas. Em primeiro lugar, e também para diminuir a nossa dependência do exterior, considerou que é preciso dar valor aos produtos e às culturas tradicionais, aumentando a nossa produção e tendo um reforço da sobrevivência alimentar.

Precisamos de inovar na agricultura, de ter uma diversificação económica de produtos agrícolas e pecuários e de introduzir a transformação de produtos, e isso seria importante também estar contemplado neste plano".

Por outro lado, na senda da transição ecológica e da adaptação climática, considerou que são fundamentais um novo modelo de gestão florestal, um melhor aproveitamento dos recursos hídricos e a descarbonização da economia. Por fim, propôs um combate ao despovoamento, mitigando os riscos e ocupando o território de forma sustentável.

Paulo Cafôfo adiantou que o PS vai apresentar propostas no âmbito da consulta pública do PRR, de modo a que, "através deste dinheiro que vem da União Europeia, seja possível melhorar problemas do presente, mas que já são estruturais e se arrastam há demasiado tempo".