Grupo Pestana não está interessado numa nova concessão do CINM
A única opção que levaria a uma mudança de posição, caso o Governo Regional decidisse lançar uma nova concessão, seria haver um candidato que não acrescentasse nada ao projecto
Nas rondas de perguntas e respostas da Comissão de Inquérito ao negócio de compra e venda do capital da SDM pela Região aos accionistas privados, o deputado Miguel Iglesias (PS), quis saber para quando haverá a mudança de gestão e se há viabilidade da gestão pública face à gestão de privada? A alternativa de uma PPP interessaria ao grupo Pestana para voltar a gerir o CINM? Questões aos quais Paulo Prada deu logo nota que, à partida não há interesse do Grupo Pestana em voltar ao negócio.
Lembrou que o Grupo Pestana queria a prorrogação porque "entendemos que a merecíamos", fosse por cinco, 10, 15 ou 20 anos, decisão que caberia ao Governo. A não prorrogação poderá ter sido influenciada pelos lucros de mais 1,5 milhões por ano e a que acrescia mais valias das taxas que passaram de 10 para 15%, acredita.
Dizendo-se "absolutamente favorável" à gestão privada para concorrer com as Canárias que está muito activo à tentar captar novos negócios, o gestor acredita que "se não tivéssemos ao longo dos anos uma gestão privada, se calhar não estaríamos aqui", numa posição muito mais forte do que os vizinhos ilhéus (a zona franca de Santa Maria nos Açores foi extinta em 2011).
E isso fica provado no crescimento do MAR, garantiu, nomeadamente fruto da parceria com a Euromar, responsável por 80% dos navios registados na Madeira. Esta empresa leva quase metade das mais-valias geradas pela gestão do MAR.
"Não creio que o Governo Regional vá lançar novo concurso nos próximos tempos", disse, mas se o fizesse no actual contexto "o Grupo Pestana não está interessada em concorrer a menos que surgisse uma candidatura que não acrescentasse mais-valias".
Paulo Prada acrescentou mesmo que a SDM estava disponível a abrir o seu capital social à Euromar, inclusive estabeleceu contactos com uma empresa europeia que fizesse nos serviços internacionais o que Euromar fez no MAR. "Se surgisse uma empresa que fizesse este trabalho, uma nova concessão não nos interessa para nada", acrescentou.
Garantiu ainda que irá estar a trabalhar até ao último dia, cessando funções quando houver visto do Tribunal de Contas, que não se oponha ao negócio, e for realizada a assembleia-geral de accionistas para constituição de nova comissão Executiva e conselho de administração.
Os próximos a serem inquiridos na comissão vão ser Eduardo Paz Ferreira a 11 de Março e Rui Gonçalves a 15 de Março.