Fuga de prisão no Haiti resulta em oito mortos
Pelo menos oito pessoas, incluindo o diretor de uma prisão, morreram na quinta-feira nos subúrbios da capital haitiana, Port-au-Pince, depois de uma fuga de vários presos, disse a polícia.
"O inspetor divisionário Paul Hector Joseph, encarregado da prisão civil de Croix des Bouquets, foi morto na prisão", anunciou à AFP Gary Desrosiers, porta-voz da polícia nacional haitiana.
"Vários detidos escaparam", confirmou sem adiantar o número.
Pelo menos seis pessoas foram mortas nas ruas perto da prisão, disse por seu turno um fotógrafo da France Press (AFP), referindo que as suas identidades não puderam ser determinadas.
Ao meio-dia, moradores junto da penitenciária localizada no centro da cidade testemunharam ter ouvido rajadas de fogo.
Fotos e vídeos de homens fugindo da prisão circularam rapidamente nas redes sociais.
Comerciantes de roupas de segunda mão, que trabalham num mercado adjacente à prisão, disseram a um fotógrafo da AFP que foram forçados a entregar as suas mercadorias a detidos que acabavam de escapar.
Uma grande força policial foi mobilizada ao redor da prisão, cujo controle foi retomado durante a tarde.
Moradores da zona, que não quiseram ser identificados por questões de segurança disseram à Associated Press (AP) que viram um grupo de homens fortemente armados começar a atirar em guardas da prisão antes que os presos começassem a fugir.
De acordo com as testemunhas, os tiros ainda podiam ser ouvidos dentro da prisão várias horas após o início do tiroteio.
Fonte policial, que confirmou à AP o assassinato do diretor da prisão, não quis ser identificado por não estar autorizado a falar com a imprensa, qualificou os presos como "armados e perigosos".
Na época da fuga em 2014, a prisão tinha 899 presos, cerca de 130 acima de sua capacidade.
Durante o incidente de quinta-feira, um fugitivo, Jhon Hippolyte, de 37 anos, foi baleado nas costas.
Posteriormente, disse à AP que estava a cumprir pena por homicídio e estava na enfermaria quando percebeu que todos corriam e decidiu juntar-se a eles.
Jornalistas da AP viram os corpos de pelo menos sete homens nas ruas próximas à prisão, que tinham sido baleados.
Em 2014, mais de 300 internos já haviam conseguido escapar dessa prisão de alta segurança, construída com financiamento do Canadá e inaugurada em 2012.