Fechem a Estrada das Ginjas
Muito tenho lido e visto sobre o projeto de intenção do Governo Regional em relação à pavimentação da Estrada das Ginjas. Tal como acontece na política e no futebol, quase todos têm manifestado o direito a uma opinião, mas até agora ainda ninguém sugeriu o fecho do trilho à circulação automóvel, tendo em conta o profundo estado de degradação da estrada.
Na minha opinião, enquanto não estiver totalmente decidida e definida a requalificação da Estrada das Ginjas, isto é, se o projeto será feito em terra batida, em alcatrão ou em pedra aparelhada (ou um misto disto tudo), só as viaturas oficiais, da guarda florestal lá passava.
Nos últimos tempos, as redes sociais foram inundadas por dissertações sobre as Estradas das Ginjas, maioria das quais oferecidas por pessoas que nunca lá colocaram os pés, por quem nunca passou os olhos sobre o estudo impacte ambiental, ou por quem apenas quer defender os seus interesses, como os amantes do todo-o-terreno. Estes, com a estrada encerrada às brincadeiras, talvez mudassem de opinião, talvez entendessem que a repavimentação de uma estrada com mais de 40 anos é um simples desígnio da população local.
O povo do Norte, mormente os habitantes de São Vicente, sempre defenderam as Ginjas como parte integrante da sua cultura e tradições, não querem a destruição da Laurissilva, o nosso património mundial, mas têm o direito de ver cumprida uma promessa quase ancestral, dentro das regras da civilidade.
Portanto, até decisão final, até o projeto estar firmemente concluído, até serem conhecidas as posições das altas instâncias, como a UNESCO, a quem uma triste oposição promete (mas não cumpre) recorrer, fechem a Estrada das Ginjas.
Sónia Queiroz