O que é fazer obra?
Hoje gostaria de me debruçar sobre uma questão que se arrisca a intensificar no quadro de pré-eleições autárquicas que estamos a viver. Na pobreza que costuma ser o debate político, o recurso mais fácil é acusar as autarquias de não terem feito obra. Esta questão ganha maior premência numa Região em que o conceito de obra está centrado no betão. Quanto mais betão, mais obra. Mesmo que, passados todos estes anos, se saiba hoje que esta noção de obra e de modelo de desenvolvimento tem muito que se lhe diga e tem pelo menos muitas falhas. Falha a saúde, falha o social, falha a mobilidade, falha um modelo de emprego, falha a economia. Tudo setores competência do Governo, mas que em ano de eleições serão atirados para cima das câmaras.
No caso de Santa Cruz a acusação não colhe, porque temos obra. Tanto a obra que o PSD mais ama, basta ver as estradas que repavimentámos e que não viam alcatrão há anos, os caminhos em terra batida que há décadas esperavam por ser pavimentados, a requalificação urbanística em curso em algumas freguesias e a recuperação das redes de água e saneamento.
Mas, no nosso caso, há uma obra feita que mudou diretamente a vida de muitas pessoas, naquela que é, quanto a mim, a mais nobre tarefa do poder local. Um poder de proximidade que não pode deixar de deitar a mão a quem precisa, nem limitar a sua intervenção à obra física.
E em obra social, Santa Cruz tem hoje o que nunca teve. Vamos por partes:
Entre 2015 e 2021, já foram atribuídas 2157 bolsas de estudo.
Entre 2016 e 2020, cerca de 230 famílias beneficiaram do Fundo de Emergência Social Temporário, uma ajuda monetária às despesas. Enquanto que mais 62 famílias receberam o Fundo Social de Emergência Pontual, que tem privilegiado intervenções na área da saúde e apoio a estudantes no estrangeiro.
No acesso gratuito ao medicamento, por via da implementação do Cartão Abem, foram já contempladas 1012 famílias.
Entre 2017 e 2021, a autarquia de Santa Cruz já reabilitou a habitação a 140 agregados familiares, que viviam em muito más condições, à margem e escondidos na Madeira de sucesso do betão e da obra à moda do PSD.
No apoio à realização de pequenas cirurgias, permitimos que 60 pessoas saíssem da imensa lista de espera do sistema regional de saúde, resolvendo assim problemas de saúde que causavam sofrimento há anos. Este ano, serão apoiadas mais 50 pessoas.
As ajudas técnicas com camas articuladas, cadeira de rodas e apoios a duche já beneficiaram 51 pessoas.
No apoio à agricultura já foram contemplados 78 projetos.
Com a pandemia da COVID-19, que cortou rendimento ou deixou no desemprego muitas famílias, pusemos em marcha um plano de distribuição de cabazes alimentares, tendo já sido distribuídos em quatro fases 3020 cabazes, estando previsto distribuir mais mil por altura da Páscoa.
Portanto, fazer obra não é apenas deitar betão para cima dos problemas, é fazer-se presente na vida das pessoas. E isto é o que tem marcado os nossos mandatos. É a nossa principal obra e aquela que mais nos orgulha.