Madeira

CDS apresenta voto de protesto contra proibição de captura de Gata

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A proibição imposta pela Comissão Europeia da captura acessória e acidental do tubarão de profundidade, denominado na Região por Xara ou Gata, continua a causar revolta junto dos madeirenses, razão pela qual os autarcas e dirigentes do CDS Câmara de Lobos apresentaram, na reunião da Assembleia Municipal, um Voto de Protesto contra esta proibição.

A decisão dos centristas foi aprovada esta semana em reunião, por videoconferência, da Comissão Política do CDS de Câmara de Lobos, liderada por Amílcar Figueira.

Os dirigentes e autarcas criticam a “insensibilidade dos tecnocratas europeus que, sentados nos grandes gabinetes de Bruxelas, longe dos problemas reais e das necessidades das pequenas comunidades europeias, tratam todos por igual, sem atender ao caráter singular e particular de cada região”.

Por essa razão “estranham” a decisão da Comissão Europeia que, ao fim de vários anos e relatórios enviados pela Região, o último dos quais o “Memorando by catch” produzido pela actual Secretaria Regional de Mar e Pescas e remetido no final de 2020 às autoridades nacionais e de Bruxelas, continua a não entender que “na Madeira não existe nenhuma actividade piscatória dirigida ao tubarão de profundidade”.

Trata-se, segundo o CDS, de “uma pesca acidental e inevitável”, que acontece quando os pescadores estão na faina do peixe-espada e que é o próprio tubarão a abocanhar o isco da espada ou a própria espada, sendo içado para a bordo, onde já chega morto, sem que o pescador possa fazer alguma coisa para evitar a sua captura.

O valor comercial da Xara ou Gata de Câmara de Lobos tem pouco significado na economia regional. Em 2020 rendeu pouco mais de 30 mil euros, na primeira venda, em lota, mas trata-se de uma espécie secularmente apreciada no concelho, por se tratar de um “produto de marca” da gastronomia local.

Apesar da proibição, os autarcas e dirigentes do CDS reconhecem o esforço das Autoridades Regionais, no sentido de persuadir a União Europeia a atender ao caráter artesanal e exclusivamente acidental da captura do tubarão de profundidade, e dizem contar com a unanimidade das forças políticas representadas na Assembleia Municipal de Câmara de Lobos para aprovar o Voto de Protesto, na próxima reunião, que se realiza amanhã.