Madeira

Ainda somos 'Todos pelo Centro'?

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Boa noite!

Muito do que sei sobre o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) aprendi com o ex-presidente da SDM, Francisco Costa. Por isso, foi sem espanto que o ouvi hoje, no parlamento, a lamentar que a mentalidade da sociedade madeirense foi o "grande adversário" do projecto criado em 1987, com o intuito de reduzir assimetrias e ser um instrumento de desenvolvimento a Região.

A mesquinhez de algumas mentes, a que se juntaram um sem número de oportunistas e detractores profissionais, tudo fizeram para dar cabo de um projecto que ajudou a diversificar receitas numa economia excessivamente dependente do turismo. Os culpados deviam pagar com juros a factura da oportunidade desperdiçada, esbanjamento agravado com a crise que hoje vivemos e que seria bem menos acentuada se todas as componentes da Zona Franca funcionassem em pleno.

Apesar da praça ser monitorizada pela Europa dos fundos e das leis, dos regimes e das inspecções, ao longo dos tempos foi preciso lutar contra a estigmatização, o selo ‘offshore’ e as campanhas orquestradas. Por isso, nem todos tiveram “vistas curtas”, nem alinharam na crítica desesperada, porque perceberam o alcance de um instrumento gerador de receitas que hoje tanta falta fazem, de emprego qualificado e de oportunidades.

Houve até um momento de envolvimento ímpar “na defesa dos interesses dos madeirenses”. Em Abril de 2012, o DIÁRIO e os empenhados profissionais do CINM lançaram ‘Todos pelo Centro, Todos pela Madeira’, um projecto transversal com múltiplas dimensões, desde a editorial à social, da interactiva à reflexiva, da lúdica à interventiva.

O contexto era, como agora, adverso. À maldita austeridade juntaram-se constrangimentos de vária ordem e preconceitos que ignoraram o facto do CINM ter contribuído para aumentar a riqueza da Região, a estabilidade económica e social de muitas famílias, a internacionalização das empresas e dos empregos e a projecção mundial da Madeira e de Portugal. Na altura, como agora, a interrogação colocava-se: se outros têm fontes de riqueza iguais às que o CINM gera porque é que nós não podemos ter?

Guardo desse projecto o dever de lutar até ao limite pelo que é nosso e a certeza que a causa maior deve estar no centro das nossa vidas. O tempo passou e hoje, numa fase em que a SDM já é 100% pública, questiono-me se ainda somos ‘Todos pelo Centro’?