Olavo Câmara critica Governo por não ter inscrito verbas destinadas às empresas no Plano de Recuperação da Região
O deputado do Partido Socialista-Madeira à Assembleia da República Olavo Câmara criticou, hoje, o facto de o Governo Regional optar apenas pelo investimento na administração pública e não direcionar verbas do Plano de Recuperação e Resiliência para as empresas madeirenses, para ajudar a estancar o desemprego e dinamizar a economia.
Na audição ao ministro do Planeamento, na Comissão de economia, o parlamentar abordou o plano regional, que foi desenhado pelo executivo madeirense, para o qual estarão alocadas 5% das verbas totais do plano nacional.
"O plano da Madeira mais parece um abrir e fechar de gavetas das secretarias regionais. Abriu-se as gavetas com os projetos esquecidos das secretarias e das empresas públicas regionais, como a Empresa de Electricidade da Madeira, a Águas e Resíduos da Madeira, a Investimentos Habitacionais da Madeira e a Administração dos Portos da Madeira, já que temos dinheiro para gastar. Mas, por outro lado, fechou-se as gavetas que deviam ser prioritárias para responder à crise no imediato e criar condições, robustez e novas oportunidades para o futuro da Região", criticou.
De acordo com Olavo Câmara, "neste plano de 600 milhões, não há nem um euro para apoio às empresas», sendo que, se não fossem os instrumentos de Recuperação e Resiliência nacionais e o REACT, as mesmas não teriam nenhum apoio da bazuca europeia. Por outro lado, apontou a ausência de verbas para a qualificação e capacitação dos trabalhadores e dos desempregados, isto na região com a maior taxa de desemprego do país e que teve uma queda no PIB três vezes superior à média nacional. O deputado constatou também que não há «nem um euro" para desenvolver o cluster do mar, criando novas oportunidades, riqueza e postos de trabalho.
De acordo com o parlamentar, faltou igualmente um investimento estruturante para a Região e para o futuro dos madeirenses, do turismo e da economia, designadamente a materialização do Aeroporto do Porto Santo como aeroporto de contingência, face aos condicionamentos do Aeroporto da Madeira devido ao mau tempo.
Olavo Câmara destacou a forma como o Governo da República conseguiu operacionalizar e desenhar o Plano de Recuperação e Resiliência, um importante instrumento na resposta à crise, aos desafios do presente e, principalmente, aos desafios do futuro.