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Holanda admite prolongamento de recolher obrigatório até 15 de março

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O Governo holandês anunciou hoje o prolongamento do recolher obrigatório até 15 de março, para combater a pandemia de covid-19, uma situação que já tinha provocado violentos distúrbios quando entrou em vigor em janeiro.

O Governo dos Países Baixos anunciará em 08 de março se o recolher obrigatório será prorrogado novamente para além de 15 de março, que corresponde ao primeiro dia das próximas eleições legislativas, disse o primeiro-ministro, Mark Rute, numa conferência de imprensa.

Com horário marcado entre as 21:00 e as 04:30, o recolher obrigatório, que é o primeiro na Holanda desde a Segunda Guerra Mundial, já tinha sido prorrogado antes em 02 de março.

"Neste momento, ainda estamos numa fase incrivelmente difícil", explicou Rutte, acrescentando que os especialistas consideram inevitável uma terceira vaga da pandemia.

No entanto, o Governo anunciou uma ligeira flexibilização de algumas medidas em vigor, incluindo a reabertura de salões de cabeleireiro.

O encerramento de bares, cafés e restaurantes continua em vigor e as lojas de bens essenciais também estão encerradas, embora fiquem acessíveis por marcação, com um número limitado de clientes.

A gestão da pandemia feita pelo Governo holandês - que se demitiu em meados de janeiro após um escândalo de abonos de família, tendo ficado em funções interinas - colocou Mark Rute perante um escrutínio acrescido em véspera de eleições.

O ato eleitoral será distribuído ao longo de três dias, até ao dia 17 de março, com o objetivo de minimizar os riscos sanitários, com as assembleias de voto a ficarem abertas até às 21:00.

A introdução do recolher obrigatório no final de janeiro levou a três dias de distúrbios graves em todo o país, os piores que os Países Baixos já registou em décadas, resultando na prisão de mais de 400 pessoas.

O recolher obrigatório também se viu no centro de uma batalha legal na semana passada, quando um tribunal inferior ordenou o seu levantamento imediato, alegando que o Governo tinha abusado da lei especial em vigor para impor a medida.

A decisão foi imediatamente suspensa, enquanto se aguarda o julgamento do recurso, que será entregue na sexta-feira.

Entretanto, o Governo aprovou uma nova lei para garantir que o recolher obrigatório continua, mesmo se perder no recurso, num caso lançado pelo Viruswaarheid (Verdade sobre o Vírus) - um grupo que se opõe às medidas de restrições sanitárias.

A maior organização de empresas de 'catering' na Holanda também disse na segunda-feira que registou uma queixa contra o Governo na tentativa de forçar a reabertura de bares e restaurantes, que estão encerrados desde meados de outubro.